Por Evandro Lobo
Angústia. É o que nos consome atualmente. E não apenas a classe média, que perdeu o poder de compra, ante a uma inflação exorbitante, aumento sucessivos e corrosivos de gasolina, energia, elétrica, gás, cesta básicas, planos de saúde etc, etc, etc, e ponha etcétera nisso. A classe pobre também vive sua agonia diária, principalmente na procura por emprego, por o que comer e vendendo a alma aos governos, políticos e seus “auxílios” emergenciais ou convenientes ao momento.
Mas o que mais angustia é saber que aqueles ou aquele que deveria se importar com isso, preocupa-se apenas em se manter no poder, ter mais poder, mostrar poder, criar fake news, picuínhas e “peitar” as instituições democraticamente constituídas que o questionam. Os eleitores já estão angustiados desde agora porque o próprio Presidente questiona (desde já) o voto eletrônico, apesar de ter sido eleito e conseguido eleger os filhos pelas urnas eletrônicas.
Sabemos que a ameaça pode não passar de um temor temporário dele de perder, no voto (eletrônico), a reeleição. Se as pesquisas o favorecerem, com certeza ele muda o discurso, como já ocorreu várias vezes. Então: quem muito diz e se desdiz , se contradiz e deixa a moral por um triz.
Mas voltemos à angústia. Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso se angustia em ver um Presidente questionando, insultando, desafiando as leis e os próprios defensores dela, ou suas instância maiores, no caso o Supremo Tribunal Federal. Entre os tantos e muitos (e graves) escarcéus promovidos por ele, está o “insulto” em forma de indulto dado ao debutado Daniel Silveira, que foi devidamente condenado por fazer ameaças à democracia e fisicamente aos ministros e fez até todo mundo esquecer de Tiradentes (dia 21/04/22) e transformou um condenado pelo STF em exemplo da empáfia e ignomínia.
E ainda com a ameaça de indultar outros já devida e igualmente condenados por ataque ao STF. Pra quem reclamava de que a esquerda tinha um “bandido de estimação”, parece que Bolsonaro quer uma coleção deles distribuindo a torto e a direita (literalmente).
É claro que pedir bom senso é difícil, nesse momento de eleições, interesses de todos os lados e tipos, facções enfurecidas e factóides mil espalhados por aí, incentivados e alimentados por vezes pelas mídias e redes sociais. Enfim, a angústia ainda há de nos perseguir até quando as eleições decidirem os próximos (ou os mesmos) protagonistas.
Resta-nos, então, rezar (para quem acredita), torcer e esperar que a Democracia realmente não seja abalada como já vem sendo atingida, que o golpe não se concretize, e que se foque realmente nas necessidades primordiais desse país, dos estados, dos municípios, das comunidades, bairros, ruas, casas. Que se redescubra o Brasil ou se cubra o país em um manto de respeito, dignidade, solidariedade e esperanças discretas, mas concretas.