Vídeos de câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram o momento em que atiradores executam Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário que delatou esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi morto no Terminal 2, destinado a voos domésticos, na tarde desta sexta-feira, 8.
Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator. Uma dupla, com dois fuzis, fez pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. O ataque ocorreu por volta das 16 horas e o os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima.
Dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava de outro voo foram atingidos, mas tinha quadro de saúde estável até o início da noite.
Câmeras de segurança mostram quando atiradores assassinam empresário no aeroporto Foto: Repro
As imagens mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. Ele volta de uma viagem com a namorada – não há informação se ela ficou ferida.
É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio. Outros vídeos gravados por funcionários mostram a tentativa de reanimação de um dos atingidos pelos disparos, cuja identidade não é conhecida.
Os vídeos da rede interna de segurança também mostram os autores do atentado fugindo. Mais tarde, a polícia localizou em Guarulhos o Volkswagen Gol Preto usado no crime.
Dois suspeitos também chegaram a ser detidos, mas depois foram liberados por não terem relação com a execução.
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A perícia na área do Terminal 2 foi concluída por volta das 20h30, mas a área continuava interditada nesse horário. Alguns motoristas tinham dificuldade de deixar o aeroporto por causa do bloqueio.
Ex-diretor da Porte Engenharia e Urbanismo, uma das maiores construtoras de São Paulo, Gritzbach fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.
Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa acerca da morte de Gritzbach, “com quem não mantém negócios há anos”. Também afirma que ele foi “corretor de imóveis na empresa apenas entre 2014 e 2018″.
Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django.
Segundo o Estadão apurou, ele também mencionou corrupção policial e suspeita de pagamento de propina na investigação da morte de Cara Preta. Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública ainda não se manifestou.
Gritzbach já havia sido alvo de um atentado na véspera do Natal de 2023, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela do apartamento onde mora, no Tatuapé, na zona leste, mas o autor errou o alvo. A reportagem apurou que a polícia já identificou o responsável por esse atentado.