Manaus – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) continua investigando se os três agentes de Segurança Pública, que foram presos na última terça-feira (25) pelo crime de roubo a mão armada, fizeram mais vítimas utilizando os veículos que pertencem ao Estado.
Há também a possibilidade de que uma milícia seja revelada ao final das investigações, e mais envolvidos parem atrás das grades. O crime aconteceu no dia 23 de janeiro.
O cabo da Polícia Militar, Bruno Everson Santos, o investigador da Polícia Civil, Liniker Holanda e o auxiliar técnico da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), apontado como Mateus Nogueira, planejaram e executaram uma ação criminosa contra o trabalhador de 58 anos, Jorge Santos de Araújo.
Jorge, que trabalha como caminhoneiro na empresa RCL Transportes, que fica localizada no bairro Mauazinho, estava finalizando mais um dia de expediente quando tudo aconteceu. No momento em que o trabalhador pôs o pé para fora da firma, foi abordado pelo trio, que estava dividindo em dois carros, e em seguida foi agredido e ameaçado de morte.
A vítima relatou que foi colocada dentro de uma Ranger, de cor branca, e teve uma arma apontada para cabeça. “Passa a chave do caminhão”, teria dito o trio ao trabalhador.
Como Jorge havia acabado de estacionar o veículo em frente à empresa, ele precisou retornar ao seu setor para pegar a chave e entrega-lá aos meliantes.
Enquanto isso, um outro carro, modelo S10, também de cor branca, estava estacionado ao lado da Ranger.
Após pegar as chaves, a vítima ainda foi obrigada a dirigir o veículo até o Ramal da Gisele, que fica por trás da empresa Samsung, no Distrito Industrial 2.
Ao chegar no ponto indicado pelo trio, Jorge teve que abrir o baú do caminhão para mostrar o que transportava. Os criminosos, ao verificarem que não se tratava de minério, como imaginavam, resolveram levar tudo que o trabalhador tinha na carteira, a quantia de R$400.
Em seguida, eles fugiram do local divididos nas duas picapes. Jorge transportava triciclos e após o momento de terror vivido foi para casa e, no dia seguinte, registrou um Boletim de Ocorrência. As investigações identificaram que ambos os veículos utilizados por Bruno, Liniker e Mateus tiveram as placas adulteradas e pertencem à Secretaria de Estado e Segurança Pública.
Foi constatado que no dia do crime foi colocada a placa PHX-6010 na S10, cujo a placa verdadeira é a PHK-4H52. Já na Ranger o trio colocou a placa PHR-6S99, que tem como placa original a JXI-4F31.
Foi identificado, inclusive, que a Ford Ranger era usada até mesmo pelo ex-chefe do Núcleo de Operações de Trânsito (Neot), que integra o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM), Victor Mansur.
A SSP forneceu uma lista de pessoas que utilizavam os veículos e foi possível constatar que no dia do crime a S10 estava sob responsabilidade de Mateus, e que deveria ser utilizada para fins profissionais do Neot. A Ranger foi retirada por Everson, para ser utilizado pela Gerência de Transportes da SSP-AM.
Diante dos fatos apurados, o trio teve prisão temporária decretada e suspeita-se de que haja outros envolvidos no esquema criminoso, e que outros assaltos foram realizados tendo em vista de que o alvo dos envolvidos eram minérios.
*Com informações CM7
