Por Fred Melo:
A passagem do ex-presidente Bolsonaro por Manaus deixou uma mensagem muito clara para todos. A direita de Alberto Neto e Alfredo Nascimento, com direito à presença do ex-prefeito Arthur Neto no palco, está fadada ao fracasso.
Pela primeira vez, após inúmeras vezes em que o “Mito” esteve em Manaus, sua presença simplesmente não deu liga, não movimentou, não engajou nem empolgou. Foi morna, insossa, sem graça e sem entusiasmo. Uma pena, um desperdício, porque talvez não haja outra oportunidade em 2024.
Nenhum outro nome defendeu tanto Bolsonaro nos últimos seis anos como Coronel Menezes. Na campanha para o Senado, ele percorreu todos os municípios do interior do estado, levando sua mensagem aos locais mais inóspitos do Amazonas e, como resultado, obteve uma votação surpreendente.
Os 737.875 obtidos por Menezes nas eleições de 2022 comprovaram que o trabalho foi bem feito. Nenhum outro político fez no estado o que Menezes fez. São seis anos trabalhando ininterruptamente por Bolsonaro, divulgando suas ações e explicando os inúmeros avanços que o seu governo produziu, mas simplesmente não comunicou, a informação nunca chegou ao interior do nosso estado. Aliás, essa área do seu governo, a comunicação, sempre foi um grande desastre.
Bolsonaro, se tivesse trava na língua, teria ganhado a eleição com larga margem de diferença. Mas, como não tem, ele falava, por exemplo, ser contra a vacina, mas comprou 600 milhões de doses para imunizar todos os brasileiros. Uma contradição que gerava duas crises por dia no cercadinho do Palácio da Alvorada. Ele brigou com todos, na ilusão de que poderia vencer o sistema, mas errou, perdeu.
Outro erro crasso: cercou-se de incompetentes, bajuladores, como se fossem seguidores de Jim Jones, aquele pastor endemoniado que levou ao suicídio 900 pessoas, e com isso passou a brigar com as pesquisas e os números, quando na realidade precisava agir para reverter o cenário desfavorável.
A turma que o assessorava alimentou a falsa ideia de que as pesquisas estavam fraudadas, as urnas idem. Tudo estava planejado, direcionado, ele acreditou nisso e não fez o dever de casa, confiou nos incompetentes e acabou derrotado na eleição.
Agora, em Manaus, percebo Alberto Neto, seu pré-candidato a prefeito, cometendo o mesmo erro. Preferiu colocar no palanque Alfredo Nascimento e Arthur Neto, que juntos não têm sequer 3% dos votos em Manaus, do que construir com estatura e coragem o que ele havia acordado com Menezes: a chapa puro-sangue.
Quem realmente aproveitou a vinda de Bolsonaro foi a deputada Débora Menezes, que, com competência, alegria e simpatia, entregou o título de Cidadã do Amazonas para Michelle Bolsonaro e fez o seu nome.
Finalizando, um recado direto: Alberto Neto, fica esperto. Bolsonaro pode muito, mas não pode tudo.
“Reino dividido não prospera” – o próprio recentemente falou isso.
Que phase!