O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, afirmou ter presenciado um caso de racismo durante a convocação da seleção brasileira, neste domingo (28/5), na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O dirigente não revelou detalhes sobre o que aconteceu, nem citou nomes, mas garantiu que o departamento jurídico da entidade vai atuar no caso.
“É um crime. Um crime que constrange. As pessoas quando não são fortes ou não têm a vivência de resistir… Porque eu resisto. Comecei a sofrer racismo desde oito anos de idade. A gente sofre em qualquer momento. Aqui dentro teve. Aqui dentro do auditório hoje teve racismo. Então, há situações”,
declarou Ednaldo, aos repórteres, ao fim da convocação.
Ednaldo afirmou que o caso deve ser detalhado em breve, no próprio site da entidade. “Junto com o jurídico da CBF vamos ver o que é possível para colocar de forma pública no site oficial da entidade aqueles racistas, para eles não ficarem no meio de pessoas de bem, que estão pregando o combate ao racismo. E eles praticando (atos racistas)”, disse o presidente da CBF.
O presidente da entidade responsável pelo futebol brasileiro fez a revelação justamente quando era questionado sobre Vinícius Júnior e sobre o fato de a seleção mandar um dos seus amistosos na Espanha, onde o atacante brasileiro vem sendo alvo de diversos atos racistas nos últimos meses, em diferentes estádios do país.
Os ataques ao atacante do Real Madrid chegaram ao ápice no domingo passado, quando foi ofendido por milhares de torcedores do Valencia no estádio Mestalla. O caso gerou rápida repercussão mundial, mobilizou autoridades esportivas e até políticas. Houve até um início de crise diplomática entre Brasil e Espanha.
A resposta da CBF foi rápida, com declarações de repúdio aos ataques sofridas pelo brasileiro no futebol espanhol. Neste domingo, a entidade envelopou suas dependências com cores e frases da campanha “Com racismo não tem jogo”. Além de Ednaldo, Ramon Menezes, técnico interino da seleção principal e treinador da equipe sub-20, o ex-treinador Ricardo Gomes e todo o estafe da CBF vestiam camisa da campanha.