Por Thomaz Meirelles
Não vou falar do futuro, pois sei que esse pertence à Deus, vou focar nos últimos quatro anos do comando no Sistema Sepror, onde está meu amigo, irmão, botafoguense, advogado, cooperativista e engenheiro agrônomo Petrucio Pereira de Magalhães Júnior, que o chamo, com todo respeito, copiando o presidente do Sistema OCB/Brasil, Dr. Márcio Lopes, pelo apelido de “elétrico”, por sua rapidez de raciocínio e disposição para trabalhar, de contribuir com o seu estado, e também porque não dizer com o Brasil e o mundo diante da posição estratégica do Amazonas na questão da sustentabilidade, sem esquecer que precisamos ter nossa soberania e segurança alimentar garantida. É um gestor “elétrico”, rápido, que acorda cedo e dorme tarde, mas respeitador de todas as legislações.
O que foge disso não tem suas digitais. É bom lembrar como tudo começou, em 2018, Petrucio me ligando e perguntando se eu já tinha compromisso para o governo. Disse que não, então Petrucio me convidou para fazer parte da equipe do então candidato Wilson Lima. Nunca tinha ouvido falar do Wilson, nem conhecia seu programa de TV.
Tinha acabado de sair da Conab, aderindo ao PDVI, depois de 35 anos de casa. Resisti ao convite, ele deve lembrar disso, mas não pude dizer não, pois o convite também tinha as digitais do Luiz Castro e do Merched Chaar. Enfim, preparei duas folhas de sugestões (tenho até hoje) para apresentar ao Wilson Lima em reunião que aconteceu no comitê em Adrianópolis. Foi lá que conheci o Wilson, vi que ele desligou o celular, focou no papo, e demonstrou total interesse em ouvir as propostas que listei.
Confesso que me animei pelo interesse do hoje governador reeleito Wilson Lima em me ouvir, em conhecer as demandas do nosso setor primário. Nesse encontro estava eu, Petrucio, Merched, Luiz Castro, Carlos e Wilson. É bom registrar que a “onda” Wilson não havia chegado, era uma aproximação de pessoas com esperança de melhorar o futuro do Amazonas, nem sabíamos que esse futuro iria chegar tão rápido ganhando a eleição.
Hoje, o arco de aliança do governador Wilson Lima é grande, mas pela forma como sempre me tratou e trata certamente nunca esqueceu desses momentos iniciais, desprovidos de oportunismo e de amigos só do poder. Esse relacionamento nasceu antes da “onda” Wilson Lima. Enfim, como já disse, ganhamos a eleição, Petrucio virou o comandante da Sepror. Lembro como se fosse hoje, na casa verde da Morada do Sol, a pergunta que ele me fez: “Totó, tu achas que eu consigo”? Respondi sem piscar, zero dúvida.
Toda sua bagagem no cooperativismo, em especial no Agro, e em outros ramos econômicos, sua formação, disposição, relacionamento com as presidências da OCB e CNA, em Brasília, com políticos, me davam a firme convicção do sucesso que foi seus 4 anos no comando da Sepror. Aliás, um dos poucos secretários do governador Wilson Lima a completar os quatro anos, e se for buscar o histórico da Sepror, faz tempo que não tínhamos um secretário com tanto tempo no cargo, que tenha completado os 4 anos de um governo. Isso certamente é fruto de muito mais acertos do que erros.
Também tenho certeza de que o fruto colhido no interior pelo candidato Wilson Lima nas recentes eleições também teve as digitais do Sistema Sepror, e a escolha de um gestor técnico, e não político, foi um dos grandes acertos. Vários foram os avanços em apenas quatro anos, mas é sempre bom lembrar os dois anos de pandemia, e não 20 ou 40 anos como foi com alguns ocupantes da “Compensa” no passado.
Agora, que estão indo para os próximos quatro e completar oito anos. No meu ponto vista, outro grande avanço inédito foi conseguir ter um governador presente ao setor agropecuário, presente à sede do órgão inúmeras vezes, nas feiras, na Expoagro (único que mudou o escritório do palácio para a Expoagro) e no interior. Não lembro dessa proximidade em outras gestões. Colocar o Amazonas na lista de Estados com “Plano Safra” seguindo o governo federal foi outra grande evolução. Lembro que “Plano Safra” é um documento que mostra o que pensa o governo paro setor, o ideal seria sua total efetivação, mas nem sempre é possível, contudo, temos agora um documento para ajustes, inclusões e exclusões.
O jornal O GLOBO de domingo passado trouxe na manchete o Plano Safra do governo federal que o presidente Lula vai fazer ajustes. Além disso, hoje já temos o ZARC de vários produtos, já temos o Garantia Safra, já temos o SISBI, o Selo Arte, avanços na Febre Aftosa, maior operação de compras da agricultura familiar (PAA), ferramentas que já existem, há anos, mas só agora na dobradinha Wilson/Petrucio/parceiros/equipe técnica foi possível priorizar e trazer ao estado. Acabou a imoralidade de deixar o juticultor cinco anos sem receber a subvenção estadual, hoje tudo pago na mesma safra, e com aumento no valor. Ainda entrou os piaçaveiros e os manejadores como beneficiários da subvenção estadual. Já temos o novo Parque de Exposição Eurípedes Lins em construção. Já chega de lançar pedra fundamental e não passar disso.
A presença constante do Petrucio nos conselhos é outro caso raro que aconteceu. Sei o que estou falando porque sempre participei desses fóruns. E por falar em conselho, criaram o de produção orgânica e agroecológica. Petrucio unificou o setor com diálogo aberto com as entidades do setor (Faea, FetagriI e OCB) e empresariais (Fieam, Fecomércio, ACA, CDL), assim como com os produtores e grupos formais. Outra grande ação, o que mais se fala no mundo é o combate à fome, e nesse contexto foi criado o programa estadual de combate ao desperdício de alimentos no Amazonas com números impressionantes de coletas, beneficiários e de doadores.
Amazonino Mendes viabilizou os concursos, mas foi Wilson que chamou os aprovados e fortaleceu o Sistema. Se não tivesse sensibilidade, a pandemia poderia ter sido usada como argumento para postergar qualquer possível imposição, mas não foi. Se houve imposição, foi usada como aliada, e não ponderada.
Tem o Peixe no Prato, o SOS Vicinais e o total apoio ao Sul do Estado, área para a produção de grãos. Tem muito mais ação, contudo, o espaço da coluna tem limites.
O governador reeleito tem mais quatro anos para fazer o ZEE (enrolado, mais uma vez, pela área ambiental) e ajustes no Sistema deixando-o ainda mais técnico nos municípios, nas pontas, nos 61 municípios, para avanços nas cadeias prioritárias, sem esquecer que a licença ambiental ainda continua como entrave principal ao produtor rural que quer produzir em total respeito ao código florestal.
Obrigado Wilson, Petrucio, os parceiros e toda equipe técnica do Sistema Sepror por esses primeiros quatro anos! Os acertos foram maiores, e os erros, principalmente os acontecidos, neste ano, no Idam, nunca mais voltem a acontecer. O governador já tomou as primeiras providências, já exonerou alguns, e o que aconteceu está sendo apurado por pessoas sérias, e vai adotar outras medidas protetivas no segundo governo para obter mais avanços com a necessária e indispensável continuidade de uma gestão técnica no comando e nas vinculadas. Eu acredito muito!
Os números do IBGE e da Conab confirmam o aumento do Agro familiar e empresarial em nosso Estado. São números de órgãos oficiais, e não da minha cabeça.