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Maratona de abril: Confira o calendário de alguns times brasileiros

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Equipes farão até nove partidas no mês em que Brasileiro, Copa do Brasil e competições internacionais começam a ser disputadas

Abril está chegando e traz com ele o começo do calendário completo do futebol nacional. Além do Campeonato Brasileiro, a principal competição do país, os torneios internacionais — Libertadores e Sul-Americana —dão o seu pontapé inicial na fase grupos, sem esquecer ainda da terceira fase da Copa do Brasil e as decisões estaduais. Neste cenário, oito times disputarão nove partidas no período. Uma verdadeira maratona.

Nesses casos, não há muito o que fazer. Clubes brasileiros investem cada vez mais na logística: quanto menos tempo se perde viajando, mais horas são convertidas em descanso e raras atividades em campo. Por isso, gasta-se muito em voos fretados, que se adequem às necessidades dos jogadores.

“Eles são muito caros, nem sempre é possível, até porque a malha aérea dificulta um pouco. Dependendo de onde for, na América do Sul, o preço do voo fretado pode ser mais caro do que a própria cota que se ganha para disputar aquele jogo”, .

disse Marcelo Paz, presidente do Fortaleza
Arte — Foto: Arte
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Copa do Nordeste

O caso do clube cearense é excepcional. Baseado no norte do continente, enquanto boa parte dos adversários mais competitivos estão concentrados no centro-sul, ele perde mais tempo do que a média com deslocamentos. Uma alternativa para lidar com o problema é montar elencos um pouco maiores, o que acaba também gerando impacto financeiro adicional. Em outras palavras: é mais caro para o Fortaleza lidar com a maratona de jogos do que para outras equipes.

O Leão do Pici paga o preço do sucesso. Nesta quarta-feira, disputará vaga na final da Copa do Nordeste contra o arquirrival Ceará. Se avançar, não terá data disponível para jogar a primeira partida da decisão, inicialmente marcada para o dia 19, quando o Fortaleza já tem compromisso pela Sul-Americana.

Essa situação do Fortaleza é o suprassumo do excesso de competições no Brasil. Se houvesse datas disponíveis, disputaria cinco campeonatos diferentes em um mesmo mês: Copa do Nordeste, Estadual, Brasileiro, Sul-Americana e Copa do Brasil. Na média, os times sobrecarregados terão quatro competições no próximo mês. Flamengo e Fluminense, por exemplo, estrearão na Libertadores entre as partidas da final do Carioca e em seguida emendarão as primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro e mais a Copa do Brasil — o sorteio da terceira fase acontecerá hoje, às 14h.

O torneio eliminatório pode ser o menor dos problemas, em termos de sobrecarga — quem for eliminado na terceira fase já não precisa se preocupar com a Copa do Brasil em maio. Entretanto, a premiação dará ao campeão aproximadamente R$ 90 milhões.

Já Libertadores e Sul-Americana garantem ao menos seis datas no calendário. Essas equipes terão 23 partidas nos próximos três meses, média de uma partida a cada quatro dias.

Obviamente, trata-se de um problema bom. Mais jogos representam mais dinheiro em caixa com premiações e bilheterias. Representam também maior exposição de marca, maior valorização dos talentos, para quem é daqueles que precisam negociar jogadores para o exterior a cada janela de transferências.

Estrutura é fundamental

Fazer a maratona durar o máximo possível é a meta desses clubes. Por isso, o investimento recorrente na área científica dos departamentos de futebol, com a compra dos equipamentos mais modernos na recuperação dos jogadores e na prevenção de lesões, além da disputa pelos melhores profissionais disponíveis.

Quando ela funciona bem, desobriga o clube de ter um elenco tão numeroso. Até porque, quanto maior, mais difícil mantê-lo homogêneo.

“É preciso ter um elenco competitivo, que você consiga, independentemente de quem atuar, manter o nível da equipe. Isso não está relacionado com quantidade, e sim com qualidade. Ao mesmo tempo, é preciso dar ao elenco qualificado uma condição de recuperação adequada”,

explicou Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, que fará sete jogos em abril.

Força máxima ou não?

A maratona de jogos traz com ela o dilema sobre priorizar competições. A questão é diferente para cada clube no Flamengo, que tem o maior investimento no futebol do país, não pegou bem “desistir” do Campeonato Brasileiro ano passado para priorizar os títulos da Libertadores e também da Copa do Brasil, ainda que eles tenham sido conquistados.

Clubes com menos recursos disponíveis costumam ser mais pragmáticos. Difícil imaginar o Santos, que não chegou às quartas de final do Paulista, atacando Copa do Brasil, Brasileiro e Sul-Americana de forma igual. Nestes casos, é preciso entender os cenários.

“A decisão de poupar leva em consideração o momento do time, a competição. E ela não acontece agora, é mais para frente”,

explica Paz, do Fortaleza.

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