O auditor do inquérito que investiga supostas manipulações de resultados na Série B de 2022 determinou a abertura de processos disciplinares contra jogadores envolvidos no esquema.
Segundo o mesmo, foram coletados imagens com fortes indícios de manipulação de resultados nos jogos entre Vila Nova x Sport e Sampaio Corrêa x Londrina.
O inquérito foi encaminhado e será analisado pela Procuradoria da Justiça Desportiva e os envolvidos serão denunciados e julgados com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
O número e nome dos jogadores que serão punidos com processo disciplinar não foram divulgados, mas o MPGO denunciou 14 pessoas, sendo 8 jogadores. Todas elas passaram a ser réus na operação Penalidade Máxima.
O que STJD diz sobre o jogo do Sport
Auditor processante do inquérito que investiga suposta manipulação de resultados na partida entre Vila Nova x Sport, Maurício Neves Fonseca enviou para a Procuradoria a conclusão determinando a abertura de processo disciplinar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol.
De acordo com o auditor, foram identificados fortes indícios na participação de atletas no esquema de manipulação.
Maurício Neves Fonseca conduziu também o inquérito sobre a partida entre Sampaio x Londrina, que também foi concluído com a indicação de denúncia por manipulação de resultados. Ambos os jogos foram na última rodada da Série B de 2022.
Os processos correm em segredo de justiça e contam com provas enviadas pelo Ministério Público de Goiás, responsável pela Operação denominada Penalidade Máxima e que identificou suspeitas de manipulação e envolvimento de diversos atletas em partidas da segunda divisão nacional e campeonatos estaduais.
A conclusão será analisada pela Procuradoria da Justiça Desportiva e os envolvidos serão denunciados e julgados com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Partidas manipuladas
Conforme Cesconetto, a denúncia do esquema foi feita pelo Vila Nova Futebol Clube, de Goiânia. Na primeira fase da investigação, havia indicações de manipulação em três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado para atender a interesses de apostadores.
De acordo com explicação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as três partidas envolvidas foram os jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Correa x Londrina.
Já na segunda fase, 11 jogos estão sob suspeitas de algum tipo de manipulação. São seis jogos da Série A do Brasileirão de 2022 e outros cinco dos estaduais de 2023:
- Santos x Avaí (um atletas do Santos foi assediado para tomar um cartão amarelo);
- Santos x Botafogo (um jogador do Santos foi assediado para tomar cartão vermelho);
- Cuiabá x Palmeiras (um jogador do Cuiabá foi assediado para tomar cartão amarelo);
- Palmeiras x Juventude (um jogador do Juventude foi assediado para tomar cartão amarelo);
- Goias x Juventude (dois atletas do Juventude foram assediados para tomar cartões amarelos);
- Bragantino x América-MG (um atleta do Bragantino foi assediado para tomar um cartão amarelo).
Os jogos dos estaduais deste ano que entraram na investigação são:
- Goiás x Goiânia (jogo acabou em 8 x 3 para o alviverde);
- Caxias x São Luiz (jogador do São Luiz cometeu pênalti);
- Esportivo x Novo Hamburgo (jogador assediado para tomar um cartão amarelo);
- Luverdense x Operário (manipulação no número de escanteios);
- Guarani x Portuguesa (jogador assediado para tomar um cartão amarelo).
Jogadores investigados até o momento
Em razão das restrições da Lei de Abuso de Autoridade, o MP-GO decidiu não revelar os nomes dos jogadores investigados pela Operação Penalidade Máxima II, mas com base nos jogos e investigações feitas, alguns nomes já circulam entre os investigados:
- Paulo Miranda, ex-Juventude;
- Victor Ramos, da Chapecoense;
- Eduardo Bauermann, do Santos;
- Kevin Lomónaco, do Bragantino;
- Igor Cariús, do Sport;
- Moraes, do Atlético-GO;
- Gabriel Tota, ex-Juventude.