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Janja diz que Francisco ajudou Lula na prisão e critica xingamentos ao Papa nas redes sociais

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A primeira-dama Janja da Silva, que se encontrou recentemente com o Papa Francisco, chorou ao lembrar da conversa e afirmou que ele foi importante para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manter otimista durante a prisão em Curitiba. Ela viajará a Roma na quinta (24) na comitiva presidencial formada ainda pelos presidentes do Congresso para acompanhar o funeral do pontífice no sábado (26).

Janja disse que Lula escreveu uma carta ao Papa quando cumpria pena por lavagem de dinheiro e corrupção passiva em 2018, e que recebeu uma resposta classificando o cárcere como “prisão política”.

“O papa falava bastante sobre a prisão política. […] Ele [Lula] estava realmente bastante abalado, e talvez por isso escreveu uma carta ao líder espiritual. Por mais que as pessoas estivessem ali fora na vigília, a mensagem do papa Francisco naquela circunstância foi fundamental para ele saber que estava no caminho certo, da busca [pelo reconhecimento] da inocência”, disse Janja em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na noite desta terça (22).

De acordo com a primeira-dama, a carta “deu muita força para ele” em um momento em que vivia, ainda, o luto pela morte do neto Arthur, de 7 anos. Janja diz que Lula considerava Francisco como um “amigo querido, um companheiro de caminhada” e que ele era um “líder importante, não apenas espiritual, mas político”.

Ela chegou a postar uma imagem em uma rede social homenageando Francisco pela morte, mas precisou fechar a conta após receber comentários negativos xingando-a.

“Quando vi comentários de gente desejando a morte do papa Francisco, eu falei ‘não’. Não dá. A minha saúde mental estava ficando abalada. E é um desrespeito também às pessoas que me seguem e que querem saber das coisas que eu falo e faço”, disse classificando-os como “comentários de ódio”.

Janja ainda pontuou que, quando visitou o Papa recentemente, ele a chamou para uma audiência reservada em que perguntou por Lula e deu a ela uma escultura de metal que mostra uma pessoa ajudando outra a se erguer. “Ele segurava a minha mão neste momento. Vou guardar para sempre em minha memória”, completou.

Ela ainda citou que Lula é uma pessoa religiosa, embora não frequente a igreja, e que o próprio PT nasceu junto do Movimento Pastoral Eclesial de Base, que “caminham e crescem juntas”. Janja afirmou que torce para o Conclave escolha um novo Papa que siga o legado de Francisco, voltado “aos mais pobres, para um mundo mais solidário e sem guerra”.