A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que coordena o hospital mais importante do Brasil, o Albert Einstein em Morumbi, São Paulo, implantou nesta quarta-feira (17) em Manaus um Centro de Inovação Tecnólogico. O instituto de pesquisa do grupo vai desenvolver projetos de Inteligência Artificial, Telemedicina e Big Data, com execução por meio da Lei da Informática na Amazônia (8.387/1991), cuja fiscalização é de responsabilidade da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
A lei concede incentivo fiscal como estímulo às indústrias da área de tecnologia, fabricantes de bens de informática, consumo e automação a investir 5% do seu faturamento bruto em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). O objetivo, segundo a direção do hospital, é contribuir para a saúde na região amazônica a partir do desenvolvimento de projetos de inteligência artificial e telemedicina.
Estarão no foco das pesquisas as doenças tropicais e mortalidade materna, além de priorizar a adaptação de infraestrutura para regiões isoladas, como alternativas de ambulância por transporte fluvial. O hospital já possui projeto de aplicação de telemedicina para populações vulneráveis na região amazônica.
O presidente do Hospital Albert Einstein, médico Sidney Klajner, fala que com o Centro Tecnológico será possível desenvolver formas de cuidar da atenção primária, em relação à saúde da população. “Cuidar da saúde primária é o que causa de fato mais impacto e custa muito menos do que qualquer tratamento que envolva tecnologia, alta complexidade, com investimentos muito mais caros. Fomentar políticas de prevenção à saúde é o caminho para termos um sistema de saúde sustentável, que consiga atingir um número de pessoas e o centro de tecnologia abre um caminho para isso”, explicou.
A vice-reitora da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) Kátia Couceiro, colocou a equipe da universidade à disposição do Albert Einstein e destacou as possibilidades de inovações surgidas com o centro de pesquisa. “O instituto nos informou que pretende priorizar temas como doenças tropicais prevalentes da Amazônia, como malária, dengue, tuberculose e leishmaniose. O sucesso dessas pesquisas significará um enorme impacto, em especial para as pessoas mais vulneráveis da nossa região, algo que a gente já sonhava a muito tempo”, ressaltou.
Este será o quarto Centro de Inovação do Einstein no país, que já conta com estruturas em São Paulo e em Goiânia. A escolha de Manaus se deu por seu potencial de desenvolvimento tecnológico e da bioeconomia da cidade, que oferecem oportunidades únicas para inovações que promovam a intersecção entre a biodiversidade e a saúde humana. “Ao estabelecer mais um centro, não apenas alavancamos a abrangência do nosso ecossistema de inovação, mas o conectamos com os potenciais desenvolvimentos ligados à biodiversidade local e à sua conservação da Amazonia”, disse Henrique Neves, diretor geral do Einstein.
O Hospital Albert Einstein já tem outras parcerias com o Amazonas e já estuda implantar uma unidade hospitalar no estado em anos vindouros. No período de pandemia do coronavírus, a instituição doou ao estado mais de 300 mil máscaras de proteção e álcool em gel, que foram distribuídos às unidades de saúde da rede estadual que realizaram atendimento na capital.
Em dezembro de 2022, representantes do governo apresentaram demandas do Amazonas na área de saúde para auxiliar a implantação da unidade do Albert Einstein na capital. Além disso, o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto iniciou, em junho do ano passado um processo virtual nas especialidades de neurologia e cardiologia, a partir de uma parceria do Hospital Israelita Albert Einstein com o Ministério da Saúde.
