O governo brasileiro vai notificar a LaLiga (federação reguladora do futebol espanhol) e as autoridades espanholas após os atos racistas contra Vinícius Júnior, na Espanha. Neste domingo (21), o brasileiro foi atacado por parte da torcida do Valencia, que esteve presente no estádio de Mestalla, na Espanha, para ver o jogo do clube contra o Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol.
Em nota divulgada no perfil oficial do Instagram, o Ministério da Igualdade Racial repudiou o ocorrido e prestou apoio ao jogador. A pasta, liderada por Anielle Franco, afirmou que “não tolerará racismo nem aqui nem em qualquer outro país”.
“Repudiamos mais uma agressão racista contra o @vinijr. Notificaremos autoridades espanholas e a La Liga. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil. Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências”, informou o ministério em comunicado.
Também em nota, o Ministério do Esporte prestou solidariedade ao atleta da seleção brasileira e anunciou a criação de um grupo de trabalho. “Não podemos aceitar que o futebol tenha cenas de preconceito racial.”
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou que o “estádio de futebol é espaço para jogadores e torcedores de todas as cores. Já o lugar de racista é outro!”.
Já o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, afirmou que Vini Jr. “tem todo o nosso carinho e de todos os brasileiros. A cor da pele não pode mais incomodar”, enfatizou.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou a agressão como “deplorável” e “inaceitável”. “Minha solidariedade ao jogador brasileiro Vinícius Júnior, mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Isso é deplorável, inaceitável e deve ter consequências.”
Mais cedo, Vini Jr. se pronunciou sobre as ofensas e disparou contra as ações da LaLiga: “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”.
O brasileiro escreveu que a Espanha o acolheu e que ele ama o país; no entanto, reitera que a nação é racista: “Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”.