A CPI do MST, instaurada na Câmara dos Deputados, tem sido palco de uma disputa envolvendo o corte de microfone durante as falas da deputada Samia Bomfim (PSol-SP). Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (30/5), a parlamentar acusou o relator Ricardo Salles (PL-SP) de interromper seu direito de fala após provocá-lo sobre sua articulação política para concorrer à Prefeitura de São Paulo e sugeriu nova denúncia à Procuradoria Geral da República.
A parlamentar discursava sobre a diligência realizada pela CPI do MST a assentamentos localizados em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, nessa segunda-feira (29/5). Entre os deputados que fizeram a inspeção estão o Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, e Ricardo Salles, relator do colegiado.
O grupo de oposição tentou classificar os assentados como invasores de terras produtivas. Samia defendeu que a fazenda Santa Monica, uma das visitadas, na verdade foi invadida por uma mulher chamada Maria Nanci. Ela acompanhou a diligência e foi acusada de assediar os acampados, com estímulo de Ricardo Salles. De acordo com a deputada do PSol, a mulher pediu a reintegração de posse, o que foi negado por falta de documentação comprovando a posse.
Nesse momento, ela provocou o relator: “Você, Salles, que está sonhando em disputar a prefeitura contra o Guilherme Boulos e nem o próprio partido o senhor conseguiu convencer ainda, vive acusando ele de fazer invasão da casa alheia, invadiu o barraco onde as pessoas moram”. Nesse momento, seu microfone foi cortado.
Após reclamações, ela recuperou o direito de fala: “É mais um que quer que a PGR faça investigação por cortar o microfone, assim como está acontecendo com o presidente da CPI. Além da Polícia Federal, o senhor vai ter a PGR daqui a pouco. O senhor se controle e não interrompa”.
PGR
Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF), através do Ministério Público Eleitoral, solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) investigação sobre suposta prática de violência política contra Samia Bonfim.
Na última terça (23/5), Zucco foi acusado de desligar o microfone de Samia quando a deputada começou a ler a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou a investigação contra o presidente da CPI, no âmbito dos atos antidemocráticos.
*Com informações metrópoles