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Condenado por corrupção e abuso sexual infantil, Adail é oficializado candidato a prefeito de Coari

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O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas deferiu o registro de candidatura de Adail Pinheiro à Prefeitura de Coari para as eleições de 2024

O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas deferiu o registro de candidatura de Adail Pinheiro à Prefeitura de Coari para as eleições de 2024. A decisão foi proferida pela 8ª Zona Eleitoral do município, que analisou e rejeitou as impugnações apresentadas pelo Ministério Público Eleitoral. A juíza Dinah Câmara Fernandes destacou que as objeções não foram suficientes para comprometer a elegibilidade do candidato. Assim, Adail Pinheiro, da Coligação “Coari Rumo ao Futuro”, está oficialmente autorizado a concorrer ao cargo de prefeito nas próximas eleições.

No passado, o político exerceu três mandatos de prefeito em Coari. Em novembro de 2023, o prefeito Keitton Pinheiro anunciou que não concorreria à reeleição em 2024 e adiantou que seu sucessor na disputa eleitoral seria o ex-prefeito Adail Pinheiro. “Não há outro candidato senão Adail Pinheiro, o nosso líder maior, com toda a honra e toda a glória. Vou repetir: o nosso pré-candidato a prefeito, em 2024, é o ‘prefeito’ Adail Pinheiro”, afirmou em entrevista numa emissora de rádio.

Histórico

Em novembro de 2014, Adail Pinheiro foi condenado pela Justiça do Amazonas a uma pena de 11 anos e dez meses de prisão por crimes relacionados à prostituição e exploração sexual de menores. Em janeiro de 2017, ele recebeu um indulto presidencial, estabelecido durante o governo de Michel Temer, o que resultou na extinção de sua pena. O indulto foi concedido pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) com apoio do Ministério Público do Amazonas (MPAM).

Posteriormente, em setembro de 2021, o Tjam rejeitou um pedido de Adail para anular sua condenação. Ele argumentava que o juiz Rafael Romano, que o havia condenado, não era imparcial devido à sua própria condenação por crimes sexuais. No entanto, os magistrados, liderados pelo desembargador Abraham Peixoto Campos Filho, consideraram o pedido de Adail improcedente.

Investigações e relatos, incluindo uma série de reportagens do programa Fantástico, da TV Globo, revelaram o envolvimento de Adail em um esquema de exploração sexual de menores. A Operação Vorax da Polícia Federal, iniciada em 2008, também apontou Adail e seus aliados políticos como participantes em um esquema de desvio de mais de R$ 46 milhões da Prefeitura de Coari.

Além disso, Adail foi condenado pela Justiça Federal em 2010 a mais de 57 anos de prisão por uma série de crimes, incluindo desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Ele e outros 28 acusados foram identificados como parte de um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos na Prefeitura de Coari.

Adail também enfrenta condenações no Tribunal de Contas da União por irregularidades em prestações de contas, inclusive na educação. Em maio de 2022, ele foi condenado a devolver fundos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação devido a irregularidades no Programa Nacional de Transporte Escolar. Em 2014, o Tribunal Superior Eleitoral cassou seus direitos políticos, e um pedido para a recuperação desses direitos teve provimento pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) no mês passado.

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