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Agentes norte-americanos e peruanos atuam no combate ao tráfico de drogas no Amazonas

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DEA, dos EUA, e Dirandro, do Peru, trabalham em conjunto com policiais federais, civis e militares do estado.

Agentes da Drug Enforcement Administration (DEA), que é um órgão federal de segurança do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) e da Direção Antidrogas da Polícia Nacional do Peru (Dirandro) estão trabalhando em conjunto com policiais federais, civis e militares no Estado do Amazonas. 

Pelo menos é o que aponta as últimas apreensões de drogas: duas toneladas de cocaína em Codajás (maio de 2024), 900 quilos de drogas também em Codajás (março de 2024) e 96 quilos de maconha e pasta-base de cocaína entre os municípios Manacapuru e Iranduba (fevereiro de 2024).

Segundo o professor Thiago Rodrigues, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Instituto de Estudo Estratégicos (Inest), que estuda há décadas o narcotráfico nas Américas, na avaliação da política de drogas do EUA, o Brasil não tem a mesma relevância e centralidade do México, América Central ou Colômbia, no entanto a aliança de grupos criminosos brasileiros, que se internacionalizam com narcotraficantes da Venezuela (El Tren de Aragua) e Colômbia, demonstra o interesse de segunda magnitude com a DEA na região Amazônica. 

Para o professor, as rotas da Amazônia brasileira, que sempre foi uma região ligada à política econômica do narcotráfico da cocaína desde os anos de 1970 “passa a ser mais interessante” e tem como exemplo as explosões de violência, além da competição das facções criminosas locais e alianças com grupos maiores da região Centro-Sul do Brasil, principalmente, o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). “O aumento da competição de rotas e territórios na ilegalidade leva a violência da economia política do narcotráfico. Essa dimensão da Amazônia preocupa os Estados Unidos com uma dimensão de conflito na região Norte do Brasil, nas alianças que os brasileiros fazem com colombianos e venezuelanos”, explica o professor Thiago Rodrigues.

Ele alerta que isso chama a atenção do que propriamente a rota na Amazônia, pois o principal destino dela não são  os EUA, mas Europa, África, Oriente Médio e Ásia.

Embarcações potentes são utilizadas para transportar insumos para a produção de drogas e o entorpecente já preparado (Foto: Divulgação)

Estratégias

De acordo com o delegado Rodrigo Torres, diretor do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), os departamentos dos EUA e do Peru levantam informações para depois montar estratégias na fronteira.

 Ainda conforme informações da polícia, agentes da DEA e Dirandro não investigam, mas sim ficam buscando informações no Estado, e que sempre estão em tratativas com a Superintendência da Polícia Federal no Amazonas. 

Apreensões

Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal, com apoio da Polícia Nacional do Peru, apreendeu 90 quilos de maconha e seis quilos de pasta base de cocaína, durante fiscalização em balsa de grande porte, entre os municípios de Manacapuru e Iranduba.

Em março de 2024, Polícia Federal, em ação conjunta com as  polícias Civil e Militar do Amazonas,  e a Polícia Nacional do Peru, apreendeu cerca de 900 quilos de drogas em Codajás.

Em maio de 2024, a PF, em ação conjunta com a Companhia de Operações Especiais da PM do Amazonas (COE/PM-AM);   Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais do Amazonas (Core-AM) e Departamento de Repressão ao Crime Organizado  (DRCO-AM) da PC, com apoio da Dirandro e da DEA, deflagrou a Operação Tríplice, em área fluvial, nas proximidades da cidade de Codajás. 

A ação resultou na maior apreensão de cocaína da história do Amazonas, mais de duas toneladas, além de seis fuzis calibres 7.62 e 5.56, uma espingarda calibre 12, seis granadas, diversas munições, inclusive de calibre .50 e uma lancha blindada com quatro motores.

Mercado 

Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Instituto de Estudo Estratégicos (Inest), Thiago Rodrigues afirma que o  Brasil é considerado um mercado importante para a cocaína, para drogas sintéticas, inclusive europeias e asiáticas de cannabis, e uma zona de trânsito em direção à Europa.

“Mas a conexão dos grupos organizados no Brasil e certamente a região Norte entra em uma política econômica do narcotráfico diferente de antes, pois as rotas caribenhas e do Atlântico Norte ficaram mais difíceis de serem transitadas pelas iniciativas do Estados Unidos e Europa. Isso acontece quando algumas rotas são dificultadas e outras acabam sendo exploradas”, disse.

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