Para quem participou da CPI da Covid em 2021, a expectativa é de que a CPI mista do 8 de janeiro tenha uma condução diferente.

O raciocínio é que, na pandemia, os órgãos de investigação não se debruçaram como deveriam sobre as falhas do governo federal. Já os atos golpistas de 8 de janeiro contam com um robusto inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) há quatro meses.

CPMI dos atos, portanto, terá dificuldade em começar novas investigações, como fez a da Covid. E também dificilmente irá conseguir com que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de perfil centralizador, compartilhe informações inéditas.

A expectativa é de que a comissão parlamentar de inquérito sirva mais como palanque para governo e oposição do que para apurar fatos úteis para a investigação dos crimes de 8 de janeiro.

O senador Alessandro Vieira, do PSDB do Sergipe, foi um dos integrantes mais ativos da CPI da Covid, mas deve ficar fora dessa CPMI. Para ele, o perfil vai depender da composição da CPMI.

“Existe o papel que a CPI pode cumprir, que é o de dar visibilidade (à investigação). Estamos falando de uma tentativa de golpe de Estado, então quanto mais pública for a apuração, mais a sociedade vai ter consciência do que aconteceu”, defende.

Além de Alessandro Vieira, o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, pode ficar fora dessa CPMI. O desgaste devido ao embate político pode não compensar o esforço de participar da comissão, avalia o senador.

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