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Projeto de Niemeyer para Parque Encontro das Águas receberá ajustes de acessibilidade e complementares

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A entrega do parque está prevista para 2023, prevendo oito meses de construção.

Um dos arquitetos mais importantes da história, Oscar Niemeyer, sempre teve projetos que se transformam em construções incríveis pelo mundo. E não deverá ser diferente no Amazonas, onde o arquiteto de notório conhecimento, arrojo técnico e cuja assinatura passou a ser o concreto armado, projetou o Parque Encontro das Águas, que volta a ser prioridade para a Prefeitura de Manaus na gestão do prefeito David Almeida.

Uma das últimas construções inauguradas com a assinatura Niemeyer, falecido em 2012, foi a Esfera erguida na cidade de Leipzig, na Alemanha, em uma antiga fábrica.

Diferente da Alemanha, em Manaus, no alto de um platô na zona Leste, a vista para o encontro dos rios Negro e Solimões se soma à grandiosidade das linhas do arquiteto, cujo projeto é considerado uma joia.

Nos próximos 10 dias, o responsável técnico pelo escritório de Niemeyer, o também arquiteto Jair Valera, fará ajustes, composições e alinhamento para o futuro Parque Encontro das Águas Rosa Almeida, uma das obras anunciadas pelo prefeito.

Em visita a Manaus, Valera se reuniu com diretoria e técnicos do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), que desenvolve os complementares e está em fase de licenciamento para lançar a licitação até setembro deste ano. A entrega do parque está prevista para 2023, prevendo oito meses de construção.

“O Oscar adorava este projeto e ele é muito importante para sua memória, uma grande homenagem. Trabalhei com ele por 40 anos e participei muito desta criação, do restaurante, por exemplo. Serão feitas alterações no que diz respeito à acessibilidade, às rampas, para seguir a legislação atual, mas será pouco. Terá um complemento novo, que é muito interessante, que vai atrair ainda mais público ao local, que tem uma vista maravilhosa”, explicou Valera.

Em 2006, quando a Prefeitura de Manaus contratou Niemeyer, foi feito o projeto básico e parte do executivo. Com a retomada das tratativas para sua construção, o responsável técnico acredita que a cidade e a arquitetura vão ganhar uma verdadeira joia.

“Será um espaço muito visitado, como todas as obras dele são. E é um lugar especial. Dificilmente se verá algo semelhante ao que se tem neste ponto do encontro dos rios”, comentou o responsável técnico pelo escritório ON.

Segundo Valera, quando Oscar pensou na cúpula, que remete a uma oca, pensou numa edificação que não tira a visão da paisagem espetacular. “São duas hastes, em concreto, que sobem e se encontram, simbolizando os dois rios, com cores diferentes. Será um grande prazer retomar esta obra”.

Para o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente, a consultoria e alinhamento técnico são partes fundamentais para o avanço e integração do projeto para Manaus.

“Com as equipes do Valera e as nossas de engenharia e arquitetura, finalizando os ajustes necessários, esperamos poder dar a ordem de serviço em setembro. O prefeito quer fazer um grande evento para dizer a Manaus que a cidade tem uma nova dinâmica de desenvolvimento urbano, de turismo, lazer e cultura. Manaus continua sempre à frente”, explicou Valente.

O engenheiro que estava no Implurb quando o projeto arquitetônico foi contratado, em 2006, lembra que sempre foi um sonho ter uma obra do Niemeyer para a capital. O sonho se concretizou em linhas desenhadas pelo arquiteto ainda vivo, mas depois ficou parado, fazendo parte do catálogo de acervo.

“Passados 16 anos, David Almeida, numa visão estrategista, mostra para a cidade que projetos bons têm que ser resgatados e executados. O Parque Encontro das Águas Rosa Almeida será o primeiro ou segundo monumento turístico do século, equivalente ao Teatro Amazonas, de grande visitação local, nacional e internacional”.

Homenagens

Com vista privilegiada do Encontro das Águas, o parque receberá o nome de Rosa Almeida, mãe do prefeito David Almeida, que foi uma das vítimas da Covid-19, em 2020.

Distribuído em uma área total de mais de 120 mil metros quadrados, com encostas e grande declividade, o parque tem vista do cartão-postal natural onde percorrem os rios Negro e Solimões. Nele, estão os elementos do projeto original de Oscar Niemeyer, que receberá ainda mirante, centro de artes, museu, restaurante e outros elementos urbanos.

O arquiteto Niemeyer desenhou uma estrutura em concreto armado, na sua assinatura de reinterpretação de materiais modernos e volumes puros, na relação arte-arquitetura. Para o parque, há o contraste geométrico entre formas arquitetônicas orgânicas – a representação dos rios – com a natureza exuberante.

As hastes em concreto armado têm 30 metros de diâmetros e uma lâmina em cima, com cerca de 17 metros de altura, representando os rios Negro e Solimões. A outra parte é um restaurante, também dando curva ao concreto.

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