A noite deste sábado é para movimentar a categoria dos médios (até 84kg) do UFC, uma semana antes de o campeão Israel Adesanya colocar o cinturão em jogo em revanche com o ex-campeão Robert Whittaker, no UFC 271. Com tantas decisões na divisão ao mesmo tempo, dois lutadores encabeçam o card em Las Vegas neste sábado: número 6 do ranking, o sueco Jack Hermansson enfrenta o americano número 7 Sean Strickland. Eles prometem um embate intenso no UFC Apex.
– Tenho um objetivo claro: quero ser o melhor do mundo. Se eu quiser chegar no título, preciso ganhar lutas em sequência, e quando você chega no auge do esporte fica difícil. A concorrência é muito boa e as margens de erro são muito pequenas. Mas vou fazer acontecer, com certeza. Isso está sempre na minha cabeça, para mim o que importa é o resultado. Tenho grandes objetivos e preciso fazer isso acontecer, preciso vencer lutas seguidas – disse Hermansson ao Combate, vindo de vitória contra Edmen Shahbazyan em maio de 2021.
O sueco, 33 anos, é dono de um cartel com 22 vitórias e seis derrotas. Em sua maior sequência de vitórias no UFC, entre 2018 e 2019, Hermansson venceu Thales Leites, Gerald Meerschaert, David Branch e Ronaldo Jacaré, tendo finalizado os três primeiros. Depois, nas últimas quatro lutas, alternou vitórias e derrotas. Contra Strickland, Hermansson sabe que não pode deixar o rival controlar a luta em seu ritmo.
– Acho que preciso ser o lutador mais veloz. Preciso fazer tudo que ele não estiver esperando. Se ele achar que vou derrubá-lo, vou socá-lo; se ele achar que vou golpeá-lo, vou derrubá-lo. Tenho que ser imprevisível. Tenho que ser mais rápido, me mover melhor, ser mais preciso que ele. Esta é minha estratégia (…). Acho que é muito importante que ele não tenha a chance de controlar o octógono. Se ele consegue emplacar seu ritmo na luta, é quando ele se sai melhor. Mas ao mesmo tempo, ele fica muito confortável apenas parando ali e saindo na porrada. Acho que você tem que ser inteligente com como enfrentá-lo, com um pouco de movimento, e quando tiver uma oportunidade real, boom, pressione ele.
Três anos mais novo que o sueco, Sean Strickland tem um cartel com 24 vitórias e três derrotas. Desde 2014 no UFC, o americano vive sua melhor fase na organização. Ele soma cinco vitórias consecutivas nas últimas lutas, tendo vencido Nordine Taleb, Jack Marshman, Brendan Allen, Krzysztof Jotko e Uriah Hall, entre 2018 e 2021.
– Adoraria lutar pelo cinturão. Acho que todos os tops já tiveram suas chances pelo cinturão, então se (Jared) Cannonier não vencer (Derek Brunson no UFC 271), eu gostaria de lutar pelo cinturão. Sou o único sangue novo nessa categoria (…). Estou com 30 anos, vou continuar a evoluir e crescer. Estou numa boa fase agora, mas sempre é possível melhorar – disse o americano ao Combate.
Strickland ressaltou a versatilidade de Hermansson, mas garantiu que é melhor que o adversário em qualquer parte da luta.
– Ele é duro, é um cara bem versátil, bom em todas as áreas, mas sou melhor do que ele em todas as áreas. Ele é bom, e eu sou melhor. Vai ser uma boa luta! Ele vai tentar acabar comigo, e vai ser divertido.
Brasileiros se enfrentam em Las Vegas
Únicos dois brasileiros no card deste sábado, Jailton Malhadinho e Danilo Marques vão medir forças no meio-pesado (até 93kg). O lutador baiano fará sua estreia no UFC após conseguir o contrato via Contender Series em setembro de 2021. Já o adversário paulista, que havia vencido as duas primeiras lutas na organização, vem de derrota no último compromisso.
– Não gosto de lutar com brasileiro, nenhum brasileiro gosta, mas o show é isso aí. Os americanos vivem lutando com americanos. O UFC quis colocar esse conflito de quem é melhor nesse tipo de jogo, acho que é isso. Não tem muito sentido pensar por outra forma. Temos um jogo parecido, cada um com suas peculiaridades, mas ele é bom no que faz, cara forte, atlético, mas acho um casamento interessante para mim – disse Danilo ao Combate.
Danilo tem um cartel com 11 vitórias e três derrotas. Malhadinho soma 14 triunfos e duas derrotas no MMA. O lutador baiano vê brechas no jogo do adversário.
– Acho que o meu adversário tem um estilo de jogo quase igual ao meu, só que ele não é um cara muito finalizador, dá muitas brechas na finalização. A última luta que ele fez, contra o nigeriano (Kennedy Nzechukwu), pegou as costas do cara dois rounds e no terceiro round cansou, não aguentou mais continuar na pressão. Ele é um cara muito habilidoso no jiu-jítsu, não é à toa que ele treina com Demian Maia (…). É um cara que domina muito bem nas costas, entra muito bem no single leg, mas tem falhas também. A gente percebeu que não é um cara que não para para trocar soco com ninguém, tem medo da mão. É um cara também que cansa, que do primeiro para o segundo round já vem com a guarda baixa, já naquela pressão de querer colocar para baixo para querer recuperar o fôlego – concluiu Malhadinho em entrevista ao Combate.
*Com informações OCOMBATE