Diante de mais de 10 mil evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um balanço do seu governo e falou que a sua eleição em 2018 salvou o Brasil do socialismo. O encontro com os religiosos aconteceu na noite dessa quarta-feira, 27, na abertura da Convenção das Assembleias de Deus do Brasil (CADB), da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Amazonas (Ieadam).
Aos gritos de “mito”, Bolsonaro foi saudado pelo público quando chegou ao auditório Canaã. Os presentes não pouparam aplausos e demonstrações de incentivo ao presidente que disputa a reeleição em 2022.
Bolsonaro relembrou a sua trajetória política no Brasil desde quando foi vereador no Rio de Janeiro, passando pela Câmara Federal como deputado, até a vitória na eleição para presidente em 2018.
“O tempo passa e os desafios aparecem. De repente uma eleição para presidente. Como, sem partido? Sem fundo eleitoral, sem recursos lutando contra um sistema e acusações das mais variadas possíveis. O que me fez chegar aqui e onde o Brasil estava até esse momento, senão à beira do abismo do socialismo? Estamos conhecendo agora a situação da Venezuela. A minha vida não pertence a mim e agradeço a Deus até onde eu cheguei”,
afirmou.
O presidente afirmou, ainda, que está sendo perseguido e citou como exemplo duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)
. “Se eu, todo dia, fosse abrir jornais e assistir noticiários eu não sairia de casa. É acusação para tudo quanto é lado. É uma CPI com dois destaques do Amazonas me acusando de 11 crimes. Já disse, só Deus me tira daqui”, alfinetou.
Bolsonaro disse, ainda, que é difícil ser presidente do Brasil e que seria fácil se ele estivesse do outro lado, mas que está do lado do bem. “Eu tenho que ir para o meio do povo mesmo na pandemia. Não poderia, num momento difícil da nação, ficar dentro do palácio com toda mordomia que se possa imaginar”, ressaltou.
Economia
Durante o seu pronunciamento, o presidente voltou a culpar os governadores pela política do “fique em casa”, no período de pico da pandemia. Na sua avaliação, as restrições tiveram reflexos negativos na economia.
“A pandemia deixa consequências na economia. Vocês se lembram o ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’? A conta chegou e querem me culpar e eu não fechei uma casa de comércio. Não tirei o direito de ir e vir de ninguém. Não tirei o emprego de ninguém e não fechei nenhuma igreja. Não decretei lockdown e toque de recolher. Fizemos tudo o que foi possível pelo nosso povo. Pagamos um ano de auxílio emergencial, que foi o equivalente a 13 anos de Bolsa Família”,
enfatizou.
Geração de empregos
De acordo com o presidente, o ano de 2021 vem mostrando crescimento de mais de 2,5 milhões de pessoas empregadas. “Por que conseguimos fazer isso? Tivemos a mão de Deus nos orientando juntamente com os 23 ministros. O que mais queremos é voltar para a normalidade”, disse.
Bolsonaro citou as imagens divulgadas pela mídia onde aparecem brasileiros disputando ossos num caminhão de carne e disse que ele não mexeu com a economia, mas que tem que resolver.
“Eu não mexi com a economia, mas eu tenho que resolver o assunto. Quando eu apresento uma proposta para passar a média do Bolsa Família de R$ 192 para R$ 400, me acusam de fazer demagogia e querer uma reeleição em cima dos mais pobres. Se eu fico quieto, eu estou matando o povo de fome. Se tento alguma coisa, estou fazendo demagogia. Vocês se lembram que antigamente tínhamos dois ou três casos de corrupção no governo? Estamos terminando o governo sem nenhum caso de corrupção”,
justificou.
Presenças
Antes de Bolsonaro se pronunciar, o presidente da convenção, pastor Samuel Câmara, destacou a comitiva do presidente e a presença do prefeito David Almeida (Avante), além do deputado federal Silas Câmara (Republicanos), e alguns deputados estaduais e vereadores que prestigiaram o evento.
“A maioria dos brasileiros, e não somente evangélicos, consagrou Jair Bolsonaro como presidente da República. Que nenhum de nós esqueça que vossa excelência não tomou partido de evangélicos, pelo contrário, assumiu a presidência da República e passou a valorizar grupos sociais que, nesse Brasil, eram totalmente desprezados e vem dizendo que o Brasil precisa unir forças e dar as mãos para cuidar muito bem do seu destino”,
ressaltou.
Ao fim do seu discurso, Bolsonaro recebeu a bênção em oração do pastor da Ieadam, Jonatas Câmara, que depois se despediu do presidente.
*Com informações portalopoder