A jornalista e apresentadora Rachel Sheherazade abriu processo na Justiça contra o ex-deputado federal e jornalista Jean Wyllys por danos morais e pede R$ 44 mil de indenização.
O motivo da ação é que em um post no Twitter, Wyllys acusou Sheherazade de racismo. O processo foi protocolado em 19 de outubro e tramita em uma das Varas do Juizado Especial Cível da Comarca de Barueri, em São Paulo.
A defesa da apresentadora afirma em trecho do processo que
“a legislação trata com seriedade e gravidade o crime de racismo, consubstanciando em igual seriedade e gravidade imputar alguém à prática do crime de racismo. A autora jamais cometeu qualquer crime de racismo, não sedo inclusive indicado pelo Réu qual foi o ato discriminatório contra a coletividade resultante de discriminação ou preconceito pela ração ou cor”.
E continua: “Não obstante a Autora não ter proferido nenhum ataque na mídia televisiva contra o Réu, o fato é que o Réu insinuou, sem qualquer comprovação, que a Requerente é racista e hipócrita, twittando tal informação para os seus quase 1 milhão de seguidores”.
Enquanto não sai a decisão sobre a indenização, em caráter de urgência, foi deferido, nessa segunda-feira (25/10), pelo juiz do caso, que o Twitter precisava retirar do ar o post de Wyllys da rede social.
“Embora a Constituição Federal assegure a liberdade de expressão, deve-se ponderar que ‘o exercício de tal direito encontra limites, sendo necessário o equilíbrio entre este direito com a garantia de inviolabilidade do direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem’. Considerando o teor da publicação, que possui repercussão nacional, feita por uma pessoa pública a outra pessoa pública, e que atribuiu especificamente a autora ofensas e inclusive a prática de racismo, entendo ser verossímil a alegação de abuso do direito de livre expressão de pensamento”
, diz um trecho.
E continua: “Assim, e diante das alegações da parte autora, oficie-se o Twitter, com urgência, para que retire a publicação no prazo de cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 1 mil reais, limitado o valor a R$ 20 mil.
Entenda o caso
Em 30 de agosto deste ano, Rachel Sheherazade criticou Jean Wyllys pelo episódio envolvendo uma cuspida dele no presidente Jair Bolsonaro, quando ainda era deputado, durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“A gênese do bolsonarismo. A esquerda radical e irracional rivalizou com um deputadozinho inexpressivo, que habitava há décadas o submundo do terceiro escalão. Deu palco pra maluco dançar. E ele dançou, deitou, rolou e se elegeu. Esquerda radical, assuma, pois esse filho é seu”,
escreveu ela no Twitter.
Logo em seguida, o jornalista rebateu: “Rachel Sheherazade é uma racista hipócrita que quer reescrever o passado, atribuindo a outros o monstro que a direita pariu. Quando reagi à indignidade da apologia à tortura (crime que ela também cometeu na tevê) cuspindo num fascista, este já estava criado por gente como ela”.
