O alto escalão da CPI da Covid sofreu um racha e o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-BA), não quer mais saber de conversa com o relator do colegiado Renan Calheiros (MDB-AL) devido divergências envolvendo o relatório final da comissão.
Para Aziz, o relator vazou informações do relatório a imprensa como uma forma de impor o que está lá sem discutir com ninguém. Conforme vazamento, no relatório está a inclusão do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) na lista de indiciados; o número de crimes imputados ao presidente da República Jair Bolsonaro; o capítulo sobre genocídio nas comunidades indígenas e a inclusão de ministros como o da Defesa, Walter Braga Netto.
“Poderia ter algumas coisas que queríamos incluir e nem esse direito nós tivemos. Agora, qualquer um de nós que fique contra [o relatório], vai passar para a sociedade que nós estamos protegendo o presidente [Jair Bolsonaro]“, disse Omar em entrevista a Coluna Radar da Veja.
Em outras palavras, Aziz teme que os indiciamentos e tipificações de crime propostos por Renan sem acordo com o grupo majoritário da CPI, o G7, comprometa todo o relatório final e leve os órgãos competentes, como o Ministério Público, a não darem prosseguimento ao que foi pedido no parecer aprovado.
Depois do atrito gerado por Renan a reunião entre os senadores que aconteceria nessa segunda-feira (18) para tratar dos ajustes ao texto foi cancelada.
“Comigo ele com certeza não terá nenhuma conversa. Teríamos que ter discutido isso e ter chegado a um acordo dos indiciamentos, das tipificações, antes de vazar o relatório”, afirmou Aziz ao Radar.