O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu ao recado recebido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia da posse do republicano.
Na ocasião, Trump falou sobre a relação com o Brasil e voltou a prometer taxação de 100% sobre produtos do Brics nos EUA, caso tentem adotar outra moeda e tirar o dólar do comércio internacional.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 30, Lula foi indagado sobre o assunto. O petista declarou: “É muito simples: se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil de taxar os produtos que forem exportados para os Estados Unidos. Não tem nenhuma dificuldade”.
O presidente da República também disse que a exportação do Brasil com os Estados Unidos “não é essa supremacia que as pessoas pensam que é. Ele é superavitário com relação ao Brasil, é mais ou menos 40 a 45 milhões”.
“Nós temos que procurar manter isso e melhorar”, afirmou Lula. “Da minha parte, eu quero melhorar as relações com os Estados Unidos, exportar mais se for necessário, importar mais se for necessário, e a gente manter a nossa relação de 200 anos.
Lula quer que Trump “respeite o Brasil”
Ainda em entrevista, Lula afirmou que não se preocupa se Trump vai “brigar pela Groenlândia, pelo Golfo do México ou pelo Canal do Panamá”. “Ele só tem que respeitar a soberania dos outros países”, afirmou.
“O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu mandei na carta que ele tenha uma boa governança”, falou. “Eu fui eleito para governar o Brasil. Eu quero respeitar os EUA, e eu quero que o Trump respeite o Brasil. É só isso. Se isso acontecer, já está de bom tamanho.”
Questionado sobre um contato direto com o republicano depois de sua posse como presidente dos EUA, Lula declarou não existir, neste momento, “nenhum interesse meu e nem dele”.
“Porque essas conversas acontecem quando se tem algo para tratar”, destacou. “Eu enviei uma carta ao governo americano pela vitória e é isso. Se a gente não tiver a oportunidade de se encontrar, porque ele não participa dos Brics, sabe, se eu for convidado para o G7, a gente tem chance de se encontrar.”
Na sequência, teceu críticas a Trump: “A gente pode se encontrar na ONU, se ele não desistir da ONU também, né. Se bem que eu acho que isso de descumprir o Acordo de Paris, de dizer que não vai dar dinheiro para a OMS, é uma regressão à civilização humana”.