O 47º presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, toma posse nesta segunda–feira (20), em Washington D.C. A cerimônia de juramento ocorrerá dentro do Capitólio, devido à previsão de mau tempo. A Record News faz uma cobertura especial do evento, a partir das 9h de Brasília.
“O fator do vento pode levar a recordes de frio intenso”, postou Trump em sua rede social. “Não quero ver ninguém ferido nem prejudicado de forma alguma.”
Outsider que deu certo
Empresário bilionário e ex-apresentador de televisão, o republicano entrou para a política em 2016 sem experiência prévia. Na época, prometeu “tornar a América grande novamente” e bateu Hillary Clinton, em uma vitória que contrariou pesquisas e projeções.
No primeiro mandato, adotou políticas nacionalistas e protecionistas, incluindo a imposição de tarifas comerciais, reformas tributárias voltadas a empresas e indivíduos de alta renda e restrições à imigração.
O estilo de liderança polarizador marcou o cenário político dos Estados Unidos e atraiu tanto apoio fervoroso quanto críticas intensas.
Derrotado nas eleições de 2020 para o atual presidente, Joe Biden, Trump volta à Casa Branca depois de uma revanche acirrada contra os democratas. Agora, ele promete uma agenda ambiciosa para o segundo mandato. Já até falou sobre a chance de tomar controle do Canadá, da Groenlândia e do Canal do Panamá. Plano que foi prontamente rechaçado por líderes internacionais.
Hoje, Donald Trump se torna o homem mais velho a se tornar presidente dos EUA. Aos 78 anos e sete meses, tem mais idade do que Biden, que chegou ao poder aos 78 anos e dois meses, em janeiro de 2021.
Como será a cerimônia
Segundo o comunicado divulgado pelo comitê inaugural, Trump inicia a agenda de posse com uma missa na Igreja de São João, em frente à Casa Branca. Em seguida, o republicano toma chá na sede do Executivo com Joe Biden, que desocupa a presidência de maneira oficial no mesmo dia.
Embora seja um ato tradicional, Trump não convidou Biden para um chá na posse do atual presidente, em 2021. Ele e a mulher, Melania Trump, deixaram a cidade antes da cerimônia daquele ano.
O evento central da agenda começa ao meio-dia do horário de Washington (14h em Brasília). Trump deve fazer o juramento de posse no interior do Capitólio, de onde também vai discursar. Tradicionalmente, o juramento é feito nas escadarias. Antes disso, o hino norte-americano será cantado pela cantora country Carrie Underwood.
Segundo o jornal The New York Times, a última vez em que uma posse presidencial foi realizada dentro do Capitólio foi em 1985, durante o segundo mandato de Ronald Reagan (1981-1989), também devido ao frio intenso.
Caso não haja outras alterações no cerimonial, o republicano assina no Congresso as primeiras ordens do governo. Depois, participa de um almoço no Capitólio e, mais tarde, realiza o desfile presidencial pela avenida Pensilvânia até a Casa Branca, onde assina mais atos, no Salão Oval.
Mais tarde, o presidente eleito comparece a três bailes de posse, o “Baile do Comandante em Chefe”, o “Baile Inaugural da Liberdade” e o “Baile da Luz das Estrelas”. Ele deverá discursar nos três.
Doações milionárias
O comitê inaugural de Trump arrecadou mais de US$ 170 milhões (cerca de R$ 1,20 bilhão) para os eventos da cerimônia de posse, um valor recorde — muito impulsionado por doações de big techs, como Google e Microsoft, também segundo o New York Times.
As duas empresas confirmaram à emissora norte-americana CNBC que doaram US$ 1 milhão (cerca de R$ 6 milhões) cada uma para oi evento. As gigantes Amazon e Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, também deram US$ 1 milhão cada uma para o fundo de posse, de acordo com agência de notícias Associated Press.
As doações privadas são normalmente usadas para ajudar a pagar eventos em torno da posse, como custos relacionados à cerimônia de juramento, ao desfile e aos bailes inaugurais. O dinheiro que sobrar deve ser usado para uma futura biblioteca presidencial de Trump, ainda segundo a AP.
O Brasil estará presente?
Nunca um presidente brasileiro foi enviado para uma posse presidencial dos EUA. Isso porque os norte-americanos costumam convidar para a cerimônia os embaixadores em Washington, e não os chefes de Estado.
Desta vez, não será diferente. Em vez de Lula, é a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, que vai representar o governo brasileiro na posse de Trump. O convite foi feito a ela na segunda-feira (13).
Líderes de direita
A tradição é que chefes de Estado não sejam convidados para a cerimônia de posse, mas Trump decidiu romper o protocolo e chamou vários líderes alinhados a ele, como Javier Milei, presidente da Argentina, Xi Jinping, da China, e Nayib Bukele, de El Salvador.
Os premiês Benjamin Netanyahu, de Israel, Giorgia Meloni, da Itália, e Viktor Órban, da Hungria, também foram convidados.