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O destino do inquérito das fake news, segundo os planos da Polícia Federal

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O inquérito sobre a trama golpista que redundou nos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes está na reta final e deve ser concluído nas próximas semanas, mas não é o único na lista de prioridades da Polícia Federal. Investigadores envolvidos na apuração dizem que assim que o trabalho sobre o golpe for concluído, todos os esforços serão voltados para finalizar o sigiloso inquérito das fake news, aberto pelo ministro Dias Toffoli em março de 2019 para investigar ameaças e ofensas a integrantes da Corte e seus familiares – e que tem Alexandre de Moraes como relator.

Na PF impera o mesmo clima visto em uma ala representativa do Supremo que considera que está na hora de encerrar o inquérito aberto há sete anos. Apesar da resistência de Moraes em fechar a apuração – que ele vem desdobrando em novas, desde então.

“Está na hora de virar a página”, diz uma das pessoas a par dos trabalhos, que ainda não estão na reta final como os do golpe, mas serão encaminhados com prioridade nos próximos meses.

Findo essa etapa, restaria ainda o inquérito das milícias digitais, que tem entre os investigados o dono da rede social X, Elon Musk.

Tribunal é formado por 11 magistrados

Em abril deste ano, Moraes incluiu o bilionário sul-africano no rol de investigados do inquérito das milícias digitais após o empresário fazer postagens na plataforma que, para Moraes, configuram “campanha de desinformação” que instiga “desobediência e obstrução à Justiça”.

Na época, Musk atacou decisões do ministro do STF no X e ameaçou reativar contas que haviam sido suspensas por determinação de Moraes. “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?”, questionou o empresário.

Os dois inquéritos – tanto da fake news quanto o das milícias digitais – foram o epicentro da crise que se instalou no Supremo após o jornal “Folha de S. Paulo” revelar que um auxiliar de Moraes encomendou relatórios sobre os bolsonaristas investigados por ele no STF a técnicos da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.

A Folha revelou mensagens de WhatsApp trocadas entre auxiliares de Moraes indicando que a assessoria do TSE foi usada como uma espécie de braço investigativo do ministro com a produção de relatórios feitos a pedido dele, sem passar pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal, para fundamentar decisões contra bolsonaristas no STF.

Em uma das conversas reveladas pelo jornal, Marco Antônio Vargas, que atuou como juiz auxiliar de Moraes no TSE, demonstrou receio com o modo não convencional usado para a elaboração dos relatórios, em mensagem enviada ao perito criminal Eduardo Tagliaferro, que na época atuava como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.

Na época, Moraes alegou que todos os procedimentos “foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF”.

O episódio foi usado por 152 deputados da oposição para protocolar o mais recente pedido de impeachment contra Moraes no Senado Federal. Conforme informou o blog, ao menos 10 desses parlamentares são alvos de investigações que tramitam no STF sob a relatoria do próprio Moraes.

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