O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse que a Corte enfrentou os “adversários da democracia” durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 22, durante reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
“O que temos assistido é um populismo de direita, frequentemente racista, xenófobo, misógino e antiambientalista”, disse Barroso. “Houve uma captura do pensamento conservador pela extrema direita.” P
Barroso falou em “liberdade de expressão”
Em seu discurso, o presidente do STF disse que “a liberdade de expressão é essencial para a democracia”. Mas, segundo ele, é preciso combater o que ele chamou de “fake news” e o “discurso de ódio nas plataformas digitais”.
“Com o avanço das redes sociais, surgiu um modelo de negócios baseado no engajamento e no ódio”, afirmou. “A mentira e o radicalismo conquistam muito mais engajamento do que a fala moderada, a busca pela verdade. Existe um modelo de negócios que se beneficia do ódio e da desinformação e se esconde atrás da liberdade de expressão. O mundo vive essa encruzilhada. Precisamos equacionar isso.”
Barroso voltou a defender seu colega, o ministro Alexandre de Moraes. Segundo o presidente da Corte, as críticas ao magistrado são “injustas”.
Ainda no evento da Fiesp, o presidente do STF disse que leva uma vida difícil e que não é fácil ter de andar com cinco seguranças. “Não vivemos momentos fáceis, com custo pessoal elevado”, disse o ministro. “Imagina a chateação que é ter de andar com cinco seguranças, como tenho de andar.”