John Textor pretende ignorar o inquérito aberto pelo STJD, que deu prazo até segunda-feira para o dono da SAF do Botafogo apresentar as provas do que entende ser corrupção envolvendo arbitragem no futebol brasileiro. A ideia do norte-americano é buscar instâncias maiores do país: Ministério Público, tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília.
John Textor afirma ter provas de manipulação de resultados no Brasileirão de 2021 a 2023
O norte-americano está irritado com o STJD, que arquivou o processo aberto por ele para investigar o Brasileirão de 2023 em menos de 24 horas. Na ocasião, o executivo mostrou um relatório de 70 páginas baseado em análises de jogos da Good Game!, empresa francesa que avalia arbitragem com ajuda de inteligência artificial, indicando que o Botafogo deveria ter 21 pontos a mais que o Palmeiras.
Assim, o plano do executivo é ignorar a denúncia da instância esportiva, mesmo que esta possa resultar em punição – pelo artigo 223, ele pode ser suspenso de 90 a 360 dias, além de levar multa de R$ 100 mil.
Textor garante que possui provas. Em vídeo divulgado em seu próprio site no fim da noite deste sábado, o norte-americano explicou que o árbitro apitava um jogo de “divisão menor” do Brasileirão e tinha “sotaque carioca”. Além disso, ele afirmou que recebeu o conteúdo de um “funcionário ligado à CBF”.
– Eu recebi uma gravação de um funcionário ligado à CBF. Foi validado e autenticado. Foi falado para mim, por autoridades de confiança, não foram jornalistas, nem agentes. Também estão na mão da polícia e estiveram nas mãos de governantes por um ano. Foi em uma divisão menor, é um jogo conhecido por nós. Tem um técnico, um time, pessoas que autenticamos. Tem a gravação de um árbitro dizendo que estava triste de ter perdido dinheiro porque o jogo que ele estava tentando manipular não tinha ido do jeito que ele estava tentando influenciar. Ele foi específico: ele deu 1 minuto no relógio e deu um pênalti que não deveria e o atacante bateu o pênalti na trave. Ele reclamou, dizendo que tudo que fez tudo que foi possível. É de um sotaque carioca, vocês vão saber melhor que eu, isso nos permite identificar de qual árbitro é – afirmou.
A Justiça, por meio do Juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Rio de Janeiro, pediu manifestação do Ministério Público para apurar as declarações de Textor após o jogo contra o RB Bragantino na última quarta-feira. O ge entrou em contato com o MP para saber sobre atualizações, mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria.
Na entrevista deste sábado, Textor afirmou que descobriu uma investigação envolvendo possíveis manipulações que estava acontecendo antes dele apresentar as provas que possui. John afirmou que houve manipulação nos campeonatos de 2021, 2022 e 2023. O empresário disse que um dos jogos corrompidos foi a vitória do Palmeiras sobre o Fortaleza por 4 a 0, pelo Brasileirão de 2022, no dia 2 de novembro daquele ano.
Na ocasião, o time paulista já entrara em campo campeão nacional por causa de uma combinação de resultados anterior. No Allianz Parque, Rony (duas vezes), Dudu e Endrick marcaram os gols.
– As pessoas costumam falar de corrupção e colocam os jogador no meio o tempo todo porque é mais fácil. Primeiro, alguém foi pago para levar um cartão amarelo. Não é nem ilegal. As pessoas descobrem, pedem desculpas. Na época daquela gravação, que estava nas mãos do governo, tinha um relatório de manipulação de resultados, isso também tinha sido produzido, acredito que tinha sido envido e já fornecemos prova disso para o tribunal. O relatório da manipulação de resultados é relacionado a um jogo que terminou em 2022, era um jogo do Palmeiras. Parece que o Palmeiras não estava envolvido. Era Palmeiras x Fortaleza. Essa prova foi enviada para a CBF, não sei quem estava envolvido nisso, eu não estava envolvido – contou.