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Choquei: advogado quer enquadrar perfil de fofoca nos crimes de difamação e conteúdo fraudulento

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Segundo a mãe de Jéssica, o suicídio foi cometido depois da ingestão de alta dosagem de medicamentos

Ezequiel de Souza, advogado da família de Jéssica Vitória Canedo, quer enquadrar a página de fofocas Choquei por crimes de difamação, danos morais e conteúdo fraudulento. O advogado deu a informação em entrevista ao jornal O Globo, neste sábado, 30.

Jéssica cometeu suicídio em 22 de dezembro, depois de ser alvo de notícias falsas vindas da página de fofocas Choquei. Ela tirou a própria vida ao ingerir uma alta dosagem de medicamentos. O fato ocorreu depois de o Choquei publicar uma suposta conversa amorosa entre Jéssica e o humorista Whindersson Nunes. Ambos haviam negado qualquer relação.

Ezequiel afirmou que “estão sendo colhidas diversas provas para que a página seja enquadrada no crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código Penal”. Ainda, que o caso se aplicaria a conteúdo falso.

O fato da publicação do boato concorrer “para a partida precoce de Jéssica” e a omissão de uma “retratação pública e/ou retirada do conteúdo” por parte do Choquei possibilitam “condenação por danos morais”, relatou Ezequiel.

Uma outra acusação que cai sobre a página é a de indução ao suicídio, segundo o delegado Felipe Monteiro, da Polícia Civil de Minas Gerais.

Choquei: Família de Jéssica Canedo se manifesta

A família de Jéssica Vitória Canedo se manifestou na última quarta-feira, 27. Em comunicado, a mãe dela afirmou que vai buscar responsabilizar quem, de alguma forma, colaborou para a morte da jovem.

Jéssica, que sempre negou o boato, chegou a ser alvo de ironia por parte de Raphael Sousa, um dos fundadores do Choquei. Ele teria debochado do fato de o desabafo inicial dela ser supostamente longo. “Avisa para ela que a redação do Enem já passou”, afirmou. “Pelo amor de Deus!”. Depois da repercussão negativa, Sousa apagou a mensagem.

No comunicado divulgado na quarta, a mãe de Jéssica, Inês Oliveira, ressaltou que buscará Justiça pela morte de sua filha.

“Embora o direito à liberdade de expressão esteja consagrado na Constituição Federal, sua prática deve observar os demais direitos previstos na Carta Magna, sobretudo o princípio da dignidade humana”, explicou a família da jovem, em nota assinada pelo advogado Ezequiel Souza.

Dono do Choquei se pronuncia, mas em tom diferente

O dono do Choquei, Raphael Sousa, emitiu um comunicado na quinta-feira 28, a respeito do caso. Em conteúdo intitulado de “nota oficial”, o perfil disse lamentar “profundamente” o caso envolvendo a jovem, que virou alvo de difamação.

A nova nota apresenta tom diferente do comunicado de 23 de dezembro. Na ocasião, o perfil, em conteúdo assinado pela advogada Adélia Soares, negou ter qualquer responsabilidade pela morte de Jéssica. Adélia deixou de atender o Choquei no mesmo dia. O material de agora não tem o aval de nenhum escritório de advocacia.

O comunicado não menciona, a saber, o fato de Raphael Sousa ter debochado do desabafo de Jéssica diante da repercussão do boato disseminado pelo perfil.

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