O deputado Ricardo Silva (PSD-SP) protocolou na tarde desta segunda-feira (9) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras. No documento, com mais de 500 páginas, o deputado pede o indiciamento de 45 pessoas, entre elas o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e os sócios da agência de viagens 123milhas.
O relator pediu o indiciamento de Ronaldinho Gaúcho, do irmão do jogador, Roberto de Assis Moreira, e do empresário Marcelo Lara pelas práticas do delito de lavagem de bens e capitais; de gestão fraudulenta e pela prática do crime de operação de instituição financeira sem autorização. O trio é investigado por suposta relação com a empresa 18K Ronaldinho, alvo do colegiado por suspeita de fraude envolvendo investimentos em criptomoedas.
Além disso, o relatório traz o pedido de indiciamento dos empresários Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira e de outros seis integrantes da 123milhas. Eles são acusados de prática do delito de gestão fraudulenta; crime de pertinência à organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações da CPI das Pirâmides, a agência de viagens operava no vermelho quatro anos antes de pedir recuperação judicial. Em agosto, a 123milhas suspendeu a emissão de bilhetes de viagens e de hotéis de uma linha promocional, em que os clientes compravam um pacote, mas não escolhiam a data exata e nem o horário do voo.
“Considerando que o escândalo da 123milhas ‘estourou’ durante os trabalhos desta comissão, com mais de setecentos mil consumidores prejudicados, podemos afirmar que foi este o caso em que esta comissão mais exerceu sua tarefa investigativa, a fim de averiguar irregularidades administrativas e perquirir indícios de autoria e materialidade de delitos”, afirmou o relator.
O relatório do deputado Ricardo Silva vai ser apreciado pela CPI ainda nesta segunda. O prazo para o encerramento dos trabalhos da comissão encerra-se no dia 11 de outubro.
A comissão foi instalada em junho para investigar pirâmides financeiras que usam criptomoedas para atrair vítimas, como os esquemas do “Faraó do Bitcoin”, Atlas Quantum, Braiscompany e 18K Ronaldinho.
As defesas de Ronaldinho Gaúcho, dos sócios das 123milhas e de outros citados pelas investigações da CPI das Pirâmides ainda não se manifestaram.