Foram encontrados pelo menos 260 corpos no local onde ocorreu a edição israelense da rave Universo Paralello, evento organizado pelo pai do DJ Alok, após o ataque do grupo extremista armado Hamas neste sábado, informou a organização de resgate Zaka. Segundo o Itamaraty, pelo menos três brasileiros que participavam do evento estão desaparecidos desde o início da ofensiva, que já deixou mais de mil mortos e 4.500 feridos.
O DJ Juarez Petrillo, pai de Alok, lamentou o ataque em uma postagem no Instagram na tarde deste domingo. “Estamos consternados, chocados e assustados com tudo que aconteceu e deixamos explicitamente a nossa revolta e nossos sentimentos às vítimas desse ataque perverso”, escreveu no perfil da Universo Paralello, que organiza o evento.
“Não temos informações precisas sobre o ocorrido e sobre o público que estava no festival”, acrescenta a postagem, destacando que a organização também publicou um formulário nos stories “para contribuir com qualquer informação sobre os desaparecidos”.
Sobre as críticas que repercutiram nas redes sociais em relação ao lugar do evento, a postagem afirma que “Israel é reconhecida mundialmente por grandes eventos de música eletrônica, e o local é conhecido por receber diversos deles, tendo, no dia anterior, acontecido um festival com mesmo perfil no mesmo local”. A rave foi realizada no deserto de Negev, perto de Re-im, no Sul de Israel, a menos de 20 quilômetros da Faixa de Gaza.
Ataque surpresa do Hamas aconteceu no começo deste sábado (7) e pegou Tel Avi de surpresa; número de mortos pode chegar a 200
Brasileiros desaparecidos
Entre os desaparecidos, há Bruna Valeanu, brasileira-israelense de 24 anos de idade e natural do Rio de Janeiro. Sua última comunicação com a família foi no sábado por volta das 9h, quando contou ter testemunhado disparos e mortes à sua volta.
Outro desaparecido é Ranani Nidejelski Glazer, também brasileiro-israelense, de 24 anos e natural do Rio Grande do Sul. Ele mora em Israel há sete anos e prestou serviço militar no país. Nos últimos dias, Glazer fez uma série de publicações em suas redes sociais de eventos em Tel Aviv, capital de Israel. Em seu perfil no Instagram, há postagens recentes nos stories em que ele compartilhou vídeos da rave da qual participava, marcando a localização, Gaza.
A terceira desaparecida seria Karla Stelzer Mendes, brasileira-israelense. Ela tem 41 anos e um filho de 19 anos, membro do Exército israelense.
Já Rafael Zimerman, outro brasileiro com nacionalidade dupla que participava do evento, foi encontrado por soldados israelenses desacordado num bunker ao qual se dirigiu quando o bombardeio começou. Ele já foi socorrido e está no hospital, informou o Itamaraty.
O carioca Nathan Obadia, de 30 anos, também era um dos brasileiros que estavam presentes no festival de música, mas conseguiu escapar dos ataques. Em um relato divulgado no Instagram, Obadia conta que, ao tentar fugir do evento, ele e um grupo de quatro amigos se depararam com combatentes palestinos que invadiam a região, e foram alvos de “uma rajada de tiros” por cerca de 15 a 20 minutos.
— Foi um inferno, uns 15 e 20 minutos de uns 300 tiros. Não dá para saber exatamente, mas foi muito tiro. E a festa rolando, outras pessoas passando tentando fugir e tomando tiro no carro também. Mas como estávamos ali no campo aberto e batemos de frente com eles, eles começaram a largar (tiro) na gente. Teve uma hora que eles começaram com tiro de bazuca — relatou o brasileiro nas redes sociais.
Seis aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) serão usadas para repatriar os brasileiros que querem sair de Israel, da Palestina e outros países da região. Neste domingo, um avião da FAB sairá de Natal (RN) em direção a Roma, na Itália, e em seguida para Tel Aviv. Cerca de mil cidadãos brasileiros e seus dependentes já procuraram a embaixada brasileira em Israel para terem o nome incluído na lista.
Em um ataque-surpresa por terra, mar e ar, Israel sofreu, neste sábado, uma ofensiva coordenada em larga escala com uma chuva de mais de 2.500 foguetes e invasão por centenas de combatentes palestinos. Como reação, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra à Palestina. A contraofensiva israelense já atingiu cerca de 800 alvos, segundo as Forças Armadas do país.