Rodolfo Landim tem mandato até o final de 2024 na presidência do Flamengo, sem mais direito a reeleição, mas existe um movimento de um grupo de conselheiros propondo mudança no estatuto, que permitiria a extensão do seu mandato por mais um ano.
A ideia está causando polêmica no clube carioca. O primeiro a contestar foi o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, atual deputado federal pelo PSB-RJ, que comandou o clube entre 2013 e 2018.
“De fato, alguns conselheiros já conversaram superficialmente comigo sobre essa ideia, mas desconheço se tomaram alguma iniciativa no sentido de propor a mudança à comissão de estatuto do Conselho Deliberativo”,
disse Bandeira ao jornal Lance.
A reação de Bandeira de Mello ganhou eco entre outros conselheiros, como Ricardo Hinrichsen, um dos opositores a Landim no último pleito:
“O atual presidente já foi reeleito. Está no segundo mandato. Portanto, caso isso seja aprovado, ele não teria apenas dois mandatos, como ficaria sete anos no poder. Isso é absolutamente imoral. Vejo isso como um golpe no processo eleitoral no Flamengo. Lamentável que esse tipo de casuísmo seja levantado neste momento. Não entendo porque alguém iria querer rasgar o estatuto do clube e efetuar esse verdadeiro golpe contra a democracia rubro-negra”,
advertiu.
Na prática, é preciso que a proposta de emenda que altera o tempo de mandato presidencial seja apresentada por um grupo de conselheiros (com, no mínimo, 50 assinaturas) ou por um presidente de um dos poderes do clube. Assim, a proposta será encaminhada ao Conselho Deliberativo e à Comissão de Estatuto antes de ser votada em Plenário.
“Não estou certo de que a proposição atende plenamente a regulação dos clubes de futebol (Lei Pelé e Lei do Profut), mas colocando a questão legal à parte, internamente é possível que seja aprovada sim. Landim controla amplamente os conselhos do clube. É mais um sintoma do sufocamento da democracia no clube”, reagiu Walter Monteiro, outro opositor de Landim.