No dia em que o senador Omar Aziz (PSD) reuniu parte da elite política amazonense para lançar sua pré-candidatura ao Governo do Estado, o governador Wilson Lima (União) jogou um balde de água fria nos planos da velha política: sinalizou que pode não deixar o cargo para disputar o Senado e, ao contrário, concluir o mandato até o fim, destacou o jornalista Thiago Botelho na coluna Sem Mimimi desta segunda-feira (28).
A declaração, ainda que soe como um movimento estratégico, acendeu o sinal de alerta. Caso se confirme, muda completamente o tabuleiro da sucessão estadual.
“Com Wilson no comando até o fim, a tendência natural é que ele tente fazer seu sucessor usando a força da máquina do Estado, um trunfo que pode esmagar a articulação de Omar Aziz, David Almeida (Avante) e Tadeu de Souza (Avante), que apostam num cenário sem o governador em campo”, comentou Botelho.
Nesse novo cenário, quem desponta como possível herdeiro é o presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cidade (União), aliado de confiança de Wilson Lima.
Cidade apareceu com 22% na pesquisa Direto ao Ponto divulgada na semana passada, contra 30% de Omar e 28% de David Almeida, mostrando que tem musculatura para crescer. Para Omar, a permanência de Wilson seria um desastre: com alta rejeição na capital, o senador aposta no apoio dos prefeitos do interior para equilibrar o jogo.
Historicamente, prefeitos preferem se alinhar com quem comanda o Estado, evitando confrontos políticos. A permanência de Wilson no cargo daria ainda mais força a essa tendência.
David Almeida veria a chance de unir as máquinas do município e do Estado escorrer pelo ralo. Já Tadeu de Souza, que nunca teve trajetória política própria, ficaria no banco de reservas, sonhando com um cargo que dificilmente ocupará.
“Se Wilson realmente ficar, as cartas da sucessão mudam. E muita gente que hoje celebra pode estar comemorando cedo demais”, analisou Botelho.
Ainda segundo o colunista, a ausência do vice-governador Tadeu de Souza no evento de lançamento da pré-candidatura de Omar, realizado no Clube da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi bastante notada e deixou um recado de que ele não estaria nos planos políticos de Aziz.
