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WSJ: por causa de Bolsonaro, Lula pode entrar em confronto diplomático com Trump

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The Wall Street Journal antevê um conflito entre Brasil e EUA

A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu proibir Jair Bolsonaro de deixar o Brasil para participar da cerimônia de posse do presidente reeleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira 20. O embate foi tema de reportagem publicada nesta quinta-feira, 16, no jornal norte-americano The Wall Street Journal, que antevê um conflito entre as duas nações.

“O líder de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, está se encaminhando para um confronto diplomático com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, por causa da recusa do Brasil em permitir que seu antecessor de direita, Jair Bolsonaro, compareça à posse de Trump”, escreveu o WSJ.

A Polícia Federal (PF) apreendeu o passaporte do ex-presidente do Brasil por suspeita de participação em um suposto plano de tentativa de golpe, em 2022. À época, Bolsonaro estava de férias em Orlando.

Bolsonaro recebeu o convite para o evento por meio de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao negar a autorização, o procurador-geral, Paulo Gonet, indicado ao cargo por Lula, argumentou que “a solicitação não evidencia interesse público” e que o ex-presidente não ocupa nenhum cargo público para participar da cerimônia.

Bolsonaro, que foi um dos aliados mais próximos de Trump na América Latina durante seus mandatos concomitantes, disse ao WSJ ser vítima de perseguição política. Ele nega todas as acusações relacionadas ao suposto golpe.

“Estão tentando me humilhar… me pintar como o pior criminoso do mundo”, declarou.

O dilema de Lula sobre liberação de Bolsonaro para a posse de Trump

Gonet Lula
Paulo Gonet foi o indicado pelo presidente Lula para assumir a PGR | Foto: Ricardo Stuckert/PR

A equipe de posse de Trump confirmou ao The Wall Street Journal que Bolsonaro foi convidado para a posse. Agora, Lula enfrenta um dilema complicado.

O jornal afirma que permitir a viagem de Bolsonaro poderia ser interpretado como um reconhecimento de falhas nas acusações contra ele. Por outro lado, impedir sua saída pode intensificar as tensões diplomáticas com a futura administração de Trump, que já apresenta relações delicadas com o governo de esquerda do Brasil.

Analistas políticos sugeriram ao WSJ que o Supremo Tribunal Federal pode usar a tática de adiar a decisão até que seja tarde demais para Bolsonaro comparecer à posse. Já o governo Lula pode enfrentar críticas, independentemente do desfecho, seja por enfraquecer sua posição nas acusações de conspiração, seja por prejudicar relações comerciais com os EUA, que é o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

Declarações de Bolsonaro

Durante entrevista, Bolsonaro expressou sua revolta com as restrições de viagem, chamando as acusações de “absurdas”.

“Isso beira o ridículo; alguém já ouviu falar de alguém tentando dar um golpe de Estado na Disney?”, perguntou Bolsonaro.

Impossibilitado de concorrer a cargos políticos até 2030, o ex-presidente acredita que Donald Trump poderia ajudá-lo a retomar o poder, possivelmente por meio de sanções econômicas contra o governo de Lula. Ele e Trump compartilham visões semelhantes em várias questões, o que reforçou seus laços durante seus mandatos.

WSJ destaca que a relação entre Lula e a futura administração de Trump já enfrenta dificuldades, exacerbadas por ações do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, responsável pelo bloqueio do Twitter/X, de Elon Musk, no Brasil.


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