A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) deve deixar o WhatsApp de lado e começar a se comunicar através de um aplicativo de mensagens próprio (e brasileiro). A portaria que torna obrigatório o uso do UNA, como o app foi batizado, será assinada nesta segunda-feira (13) pelo presidente da ABDI, Ricardo Cappelli.
A iniciativa é semelhante à estratégia já adotada pelo Exército brasileiro, visando melhorar a segurança e evitar vazamentos.
ABDI deixará o WhatsApp de lado
- O “WhatsApp brasileiro” foi batizado de UNA e possui uma tecnologia de criptografia parecida com o app de mensagens próprio usado pelo Exército;
- Segundo a Folha de São Paulo, a licitação para a compra foi feita no segundo semestre de 2024 e a iniciativa ganhou força nos últimos dias;
- Quando a portaria for assinada por Cappelli, todos os funcionários da agência deverão se comunicar internamente pelo UNA.
Por que ABDI optou pela troca?
O aplicativo é uma resposta da ABDI para os vazamentos constantes de comunicações internas governamentais via WhatsApp. Segundo o presidente da agência, em agosto do ano passado, o “Brasil está absolutamente exposto”.
O Brasil está absolutamente exposto. Não é razoável que altas autoridades da República ainda se comuniquem através de um aplicativo de mensagens proprietário de uma empresa estrangeira que representa interesses estratégicos estranhos ao interesse nacional.Ricardo Cappelli, presidente da ABDI
A iniciativa ganhou força nos últimos dias, diante das mudanças de moderação de conteúdo da Meta, dona do WhatsApp.
Em uma publicação no X, Cappelli citou a “soberania” brasileira como justificativa.
Não existe almoço grátis. Não cobram nada? Quanto valem os seus dados? Quanto valem os dados estratégicos das instituições brasileiras? A partir de hoje a @abdi_digital passa a utilizar o UNA, app de mensagens desenvolvido por uma Empresa Estratégica de Defesa Nacional. SOBERANIA pic.twitter.com/hA3HaXTKvI
— Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) January 13, 2025
Ele já havia publicado, em ocasiões anteriores, sobre a falta de “neutralidade das redes”, mencionando que outros países, como China e Rússia, também já pararam de usar ou criaram regras para as redes sociais estadunidenses.
A iniciativa espera tornar a comunicação brasileira mais independente e segura em relação aos vazamentos e à arbitrariedade de empresas estrangeiras. Caso a experiência seja bem-sucedida, outros órgãos do governo podem aderir ao UNA.
Descubra mais sobre MenezesVirtualEye
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.