O torcedor do Vasco iniciará a semana com um grande motivo: depois de uma longa espera, finalmente foi aprovada a venda da SAF do clube, em Assembleia Geral Extraordinária, realizada na Sede do Calabouço, no Centro do Rio. Ao todo, 4.907 sócios torcedores votaram ao longo do dia. Foram 3.898 votos favoráveis, 976 contra, 18 nulos e 15 em branco. Dos 6.385 sócios aptos a votar, 1.478 não exerceram o direito.
Dessa forma, o caminho fica livre para a oficialização da venda de 70% da SAF vascaína para a 777 Partens, acordo que já vinha sendo costurado nos últimos meses. Além dos votantes, outros torcedores também estiveram no local para pressionar, torcer e comemorar o tão esperado ‘sim’, que pode representar o começo de uma nova era para o clube.
“Torcedor compareceu em massa aqui. Votação expressiva. Entenderam a nossa proposta, abraçaram nossa causa. Começamos uma parceria fortíssima no futebol” – comemorou Jorge Salgado, presidente do Vasco.
“Vai resolver grande parte dos nossos problemas. Sabem dos problemas financeiros e isso está equacionado com o acordo. Injeção de capital de R$ 700 milhões, reforçar futebol e pagar dívida. Transferir a dívida para 777. Acordo excepcional” – continuou o dirigente.
A votação se deu de forma híbrida e foi iniciada às 10h, sendo finalizada às 22h. O discurso oficial foi feito pelo presidente da Assembleia Geral, Otto Carvalho Jr. Com gritos, músicas, bandeiras, abraços e principalmente o hino vascaíno, grande parte dos simpatizantes comemoraram bastante. O próprio Jorge Salgado foi um dos que não se conteve e foi para os braços da torcida.
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Momentos após a confirmação, a 777 Partners e o Vasco emitiram uma nota oficial comemorando a decisão do torcedor vascaíno:
777 Partners
Com a venda, a 777 Partners, que tem como acionistas majoritários os americanos Josh Wander e Steven Pasko, assume o controle do futebol masculino, feminino e das categorias de base a partir desta segunda-feira. O grupo se compromete a investir R$ 700 milhões por 70% da SAF – 30% permanecem com o Vasco – e a assumir a dívida de R$ 700 milhões do clube.
A transição, que já vinha sendo, de alguma forma realizada, ganhará contornos mais fortes a partir dos próximos dias, como destacou Roberto Duque Estrada, segundo vice geral do clube.
“Trabalho agora é jurídico, burocrático, a constituição de uma empresa. Tem de transferir os ativos do Vasco….Posteriormente vem a injeção de dinheiro, da 777. Processo que deve demorar umas duas semanas. Não quero dar prazo, não depende só de nós. Quero crer que façamos com rapidez” – destacou.
Por contrato, R$ 700 milhões devem ser investidos no futebol nos próximos três anos. Desse total, R$ 70 milhões foram antecipados como empréstimo-ponte, aprovado pelo Conselho Deliberativo em março. Essa parte do dinheiro já foi usada pelo clube.
No entanto, a 777 ainda tem que injetar R$ 120 milhões em 2022. Esse valor será usado em contratações – ainda nessa janela ou em dezembro -, para pagar folhas salariais e na ampliação e modernização do CT Moacyr Barbosa e do CT da Base Forte.
O restante do dinheiro será investido até 2026. A partir de 2027, o investimento dependerá do desempenho esportivo. Se o Vasco conquistar títulos importantes e atingir metas, a 777 terá de fazer um investimento mínimo fixo, corrigido pelo IPCA. Caso não tenha desempenho satisfatório em campo, a empresa terá de manter o clube entre os cinco maiores orçamentos do futebol brasileiro.