O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu vaias de prefeitos de todo o país na abertura da 26ª Marcha dos Prefeitos. O evento ocorreu nesta terça-feira, 20, em Brasília.
A reação repetiu o cenário do ano passado, quando gestores municipais demonstraram insatisfação com o governo federal. Desta vez, Lula não respondeu às manifestações e manteve o discurso conforme previsto.
Organizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a Marcha dos Prefeitos reúne anualmente milhares de prefeitos, vereadores, secretários e gestores públicos. A edição de 2025 vai até a próxima quinta-feira, 22, com painéis sobre temas como federalismo climático, segurança pública, emendas parlamentares, saúde e educação.
🤣🗣️ Lula é recebido com vaias e gritos de “FORA LULa” na marcha para prefeitos, em brasília
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— 💚Alice no País das barbaridades 💛 (@Alicee_NoPais) May 21, 2024
Prefeitos pressionam Lula
Entre as principais pautas apresentadas pelos prefeitos está a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 66, que tramita no Congresso. A PEC prevê regras para o pagamento de precatórios pelas prefeituras. Do mesmo modo, sinaliza a reabertura de prazos para a quitação de dívidas com os regimes próprios de previdência social.
A expectativa dos gestores é que a medida alivie a pressão fiscal sobre os municípios. Em 2024, as vaias a Lula ocorreram em meio a reivindicações pela desoneração da folha de pagamento dos municípios. O tema, contudo, permanece sensível entre os prefeitos.
A abertura da Marcha contou com a presença de ministros do governo. Da mesma forma, lá estiveram os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Em seu discurso, Motta afirmou que a PEC 66 está no radar do Legislativo. Ele reforçou o compromisso do Congresso sobretudo com o fortalecimento do municipalismo.
Antes da fala de Lula, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, subiu ao palco e cobrou maior atenção do Planalto às demandas das prefeituras. Ele criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que limitou o uso de emendas parlamentares. O dirigente sugeriu que o presidente “abrisse o olho” diante da insatisfação generalizada dos gestores locais.
Emendas parlamentares: exigência
Ziulkoski destacou que o envio das emendas parlamentares é essencial para os municípios, já que os recursos são destinados por deputados federais diretamente às suas bases. Segundo ele, os cortes e os entraves impostos pelo STF comprometem investimentos em áreas essenciais, como saúde, infraestrutura e assistência social.
A CNM tem usado a Marcha como espaço de pressão institucional para garantir maior autonomia financeira aos municípios e ampliar sua capacidade de execução de políticas públicas.