“Pode até interessar ao grupo do prefeito, mas não interessa a Manaus. Foi uma gestão desastrosa a dele na Câmara”. A afirmação é do vereador Rodrigo Guedes (Progressistas), sobre a possibilidade do colega David Reis (Avante) voltar a presidir o Legislativo manauara. “Nos últimos anos, mesmo que tenhamos voltado a enfrentar problemas, a Casa foi oxigenada e voltou a abrir as portas à sociedade, o que não aconteceu enquanto ele foi presidente”, acrescentou.
A Câmara de Manaus não deu sorte com as últimas duas gestões. Tanto Reis quanto o atual presidente, Caio André (União Brasil) foram denunciados várias vezes por causa principalmente de contratos suspeitos, a maioria com dispensa de licitação. O primeiro, entretanto, foi pior ainda porque protagonizou dois escândalos que repercutiram muito na sociedade e causaram a sua derrota na tentativa de se eleger deputado federal em 2022. O “Puxadinho de R$ 32 milhões” que ele pretendia construir – um anexo desnecessário – gerou ações exitosas na Justiça, que impediu a obra. Ele também foi proibido de comprar caminhonetes para todos os vereadores, em outro arroubo de imoralidade.
Reis é muito próximo do prefeito David Almeida (Avante) por causa da amizade deste com seu pai, o ex-deputado e atual secretário de Limpeza Pública, Sabá Reis. O governante se sente devedor deste último porque não o indicou a vice-governador na chapa vitoriosa de Wilson Lima ((União Brasil) em 2022, preferindo Tadeu de Souza. A volta do vereador à presidência da CMM seria uma espécie de retribuição.
“O David Reis pode até ter sido bom para a gestão, por causa de sua truculência na condução da Casa, mas foi péssimo para a Câmara, tanto assim que quase nenhum vereador logrou êxito na eleição de 2022, nem ele. Agora foi diferente – reeleição massiva, a maior da história”, acrescenta Guedes.
Alguns vereadores da situação estão reagindo à indicação de Reis, mas 10 já assinaram documento em apoio a ele. A oposição por enquanto não quer nem ouvir falar de sua recondução, muito embora ele já tenha contactado alguns opositores do prefeito.
Assim como Reis em 2022, Caio André foi um dos poucos vereadores não reeleitos, o primeiro presidente a fica nessa situação, em grande parte por ter frustrado a população, que esperava dele uma gestão melhor que a do sucessor e sem escândalos.