Vendida para uma estatal chinesa, a empresa Mineração Taboca, que explora cassiterita e columbita no município de Presidente Figueiredo, interior do Amazonas, é responsável por movimentar cerca de US$ 83,6 milhões, o equivalente a R$ 507,6 milhões por ano com exportações de ligas metálicas para países asiáticos, incluindo a própria China, conforme dados da balança comercial amazonense.
A lavra é feita na mina de Pitinga, no extremo norte do Amazonas, próximo ao limite com o estado de Roraima. A área tem resíduos ricos em urânio, elemento químico usado como combustível para gerar energia nuclear e também para produção de armas atômicas.
Apesar dessas condições da área, a Mineração Taboca não tem autorização para explorar o urânio, pois a atividade é exclusiva da Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Em Pitinga, a Taboca extrai estanho da cassiterita, que é transportado para a planta de metalurgia da Mineração Taboca, em São Paulo, e o concentrado de columbita, que é processado em Presidente Figueiredo e se torna insumo na produção de liga metálica.
A produção da Taboca é estratégica para o Amazonas, pois o ferroliga é o quinto produto mais exportado pelo estado, atrás apenas dos derivados de petróleo, óleo de soja, ouro e alimentos.
O município de Presidente Figueiredo é único exportador de ligas metálicas do Amazonas. Os países asiáticos, principalmente a China e europeus como a Estônia, são os maiores compradores do material, conforme dados da balança comercial. Em 2023, por exemplo, a exportação atingiu US$ 74,4 milhões, dos quais US$ 62,2 milhões foram de transações com a China.
No último dia 25 de novembro, ao anunciar a venda da companhia para a empresa China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co., o grupo peruano Minsur S.A, que controla a empresa, afirmou que a operação trata-se de uma estratégia para garantir tecnologias à lavra do minério no Amazonas.
“Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva”, diz a nota divulgada.
Por conta da exploração mineral, Presidente Figueiredo recebe os maiores valores de royalties entre as cidades amazonenses. As transferências representam 6% da receita do município. Em 2024, por exemplo, de R$ 282,9 milhões de receita estimados, a compensação representou R$ 16,6 milhões. No ano passado, o município foi compensado com R$ 12,7 milhões pela exploração dos recursos minerais.
A produção também faz com que Presidente Figueiredo, com população de 30.668 pessoas, tenha o quinto maior PIB entre as cidades do Amazonas e seja o terceiro maior município no setor indústria, ele fica apenas atrás de Manaus, que abriga a Zona Franca de Manaus (ZFM), e Coari, que tem a maior reserva terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.
Segundo a mineradora, a extração é feita com preservação ambiental.
Com informações do site Amazonas Atual