A guerra judicial entre Vasco e 777 Partners está longe de acabar. A empresa norte-americana teve o recurso negado na última quarta-feira (22/5) e a liminar que mantém o clube associativo no controle da Vasco SAF continua valendo.
Atualmente, o Vasco está “dividido” em dois: o clube associativo, que cuida do patrimônio, esportes olímpicos e outras questões, no qual Pedrinho é o presidente, e a Vasco SAF, a empresa responsável pelo futebol na qual a associação é sócia minoritária e a 777 Partners é sócia majoritária, tomando as principais decisões. Tudo mudou com a liminar.
O Vasco entrou com ação contra a 777 e conseguiu na 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, no Rio de Janeiro, uma liminar que corre em segredo de justiça e determinou que o clube associativo passe a ter o controle da empresa Vasco SAF.
A 777 entrou com um recurso na 20ª Câmara do Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, porém o pedido foi negado pelo desembargador Cesar Felipe Cury. A decisão também dá 15 dias úteis para Pedrinho e seu staff jurídico apresentarem os motivos para a manutenção da liminar.
Na alegação contrária à empresa estadunidense, o desembargador apresenta que houve “significativo apontamento de reiterados episódios de violação contratual e de dificuldades econômico-financeiras (…) e que fundamentam o direito à retomada do controle acionário (…) como forma de evitar o perigo de agravamento do quadro operacional da entidade”.
“O que se pretende preservar não é apenas a integridade formal do contrato, mas o seu substrato material e as relações e os interesses jurídicos dele emergentes e consubstanciados na saudabilidade da principal entidade, designadamente o Clube de Regatas Vasco da Gama”, diz um trecho da decisão.
A decisão ainda não é definitiva e seguirá para votação no plenário, onde dois outros desembargadores irão julgar o caso, podendo reverter a decisão.
O portal LeoDias teve acesso ao documento da liminar, que corre em segredo de justiça. Na decisão, o clube associativo relata que a 777 passou a “atuar abusivamente e ocultando informações vitais”, e que além dos “resultados esportivos da equipe vascaína de futebol, decorrente da má gestão, foram descobertos diversas artimanhas financeiras que arruínam a cada dia as finanças da sociedade [Vasco SAF]”.
Também foi relatado a “derrocada financeira” enfrentada pela 777 Partners que está com problemas judiciais por todo mundo, inclusive tendo as contas bloqueadas na Bélgica, onde é dona do Standard Liege.