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Vacina contra câncer de cérebro dobra sobrevida de pacientes; entenda como funciona

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Imunizante induz produção de células de defesas contra proteína essencial para o tumor

Uma vacina terapêutica para o glioblastoma, uma das formas mais agressivas de câncer no cérebro, demonstrou resultados positivos na segunda das três etapas dos estudos clínicos. O imunizante, desenvolvido pelo Centro de Câncer Roswell Park, nos Estados Unidos, conseguiu praticamente dobrar a sobrevida dos pacientes, aumentando de 15 para 26 meses a expectativa após o diagnóstico.

Os resultados dos testes com a SurVaxM foram publicados na revista científica Journal of Clinical Oncology. A aplicação funciona estimulando o sistema imunológico a produzir células T de defesa CD8+ específicas para atacar a survivina, uma proteína presente nos glioblastomas que é necessária para a sobrevivência do câncer.

Os pesquisadores responsáveis explicam que, geralmente, pacientes que recebem o diagnóstico do tumor – o maligno mais frequente no órgão – recebem um tratamento intensivo que combina cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Ainda assim, dada a agressividade, a expectativa de vida é de apenas 15 meses, pouco mais de um ano, após a notícia da doença.

Nos estudos clínicos, eles avaliaram a inclusão da nova vacina no tratamento, a sua segurança, a capacidade de induzir o sistema imunológico e o impacto na sobrevivência com 63 pacientes, de idades entre 20 e 82 anos, em cinco centros de pesquisa.

Para isso, após a cirurgia, os voluntários receberam a radioterapia e a quimioterapia, como é o tratamento convencional, e, depois de 28 dias, receberam também a primeira injeção da SurVaxM, uma dose de 500 microgramas. Em seguida, foi administrada uma nova dose a cada duas semanas, até totalizar quatro aplicações.

Os resultados mostraram que a combinação da vacina com os outros tratamentos foi bem tolerada, sem efeitos adversos graves atribuíveis ao imunizante. Além disso, dos 63 pacientes, a maioria (95%) teve a progressão da doença interrompida durante os seis primeiros meses. Depois, houve uma média de 11 meses sem crescimento do tumor no grupo.

Mas o câncer não foi curado e continuou a provocar desfechos letais devido à alta agressividade. Ainda assim, o estudo mostrou que a expectativa de vida durou 25,9 meses, praticamente o dobro do observado normalmente entre os pacientes com glioblastomas.

“Finalmente estamos começando a ver a imunoterapia tendo um impacto sobre doenças difíceis de controlar, como o glioblastoma, e estamos entusiasmados por poder contribuir de maneira significativa para o tratamento do câncer, dando esperança aos pacientes com glioblastoma”, disse Michael Ciesielski, pesquisador do Departamento de Neurocirurgia de Roswell Park e CEO da MimiVax LLC, a empresa derivada de Roswell Park que está desenvolvendo o SurVaxM.

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