Caprichoso e Garantido entram na arena do Bumbódromo da noite deste domingo (30) para uma noite decisiva em meio aos anseios de cada um dos bumbás. Enquanto o Touro Negro sonha com o tricampeonato que não vem desde 1996, o Garantido busca retomar o caminho das vitórias com seu 33º título.
Garantido
O primeiro a entrar na Arena hoje é o Garantido, que inicia a terceira noite do espetáculo ‘Segredos do Coração’ às 20h. O tema da terceira noite é inspirado na obra do escritor indígena Ailton Krenak, e nela o Garantido apontará para o futuro e exige respeito e reconhecimento dos saberes dos povos ancestrais. Assim como nas demais noites, o Bumbá apresentará quatro alegorias e um módulo temático. No roteiro da apresentação estão os seguintes momentos:
Módulo Temático: abrindo a última noite, o módulo temático apresentará ‘a construção de uma nova humanidade e a restauração do valor da vida’. A obra é de autoria de Neide e Carlos Lopes, tendo 16 metros.
“Uirapurú”: na lenda amazônica, o Garantido leva ao Bumbódromo a lenda do pássaro, que um dia foi homem e amor da Cunhã Yaci, além do surgimento do rio Andirá. Esta alegoria terá 21 metros e oito módulos, sendo obra de Luiz Sampaio, Leno Souza e Arthur Brasil.
“Yara e o Boto”: Em seu último momento folclórico, o Bumbá mostra a sua história e a proximidade geográfica com o rio e essas figuras lendárias, que estariam próximas a Baixa do São José. Tal alegoria tem 15 metros e dois módulos.
“O Caboco”: a alegoria de Glemberg Castro é a que protagoniza o momento o item figura típica regional na terceira noite, tendo 18 metros e cinco módulos. A obra homenageará a história dos homens e mulheres que moram em áreas de mata ou de rios amazônicos.
“Jeroki Kaiowá”: encerrando a terceira noite, o Garantido apresenta o ritual indígena fala sobre o povo Guarani Kaiowá, que vê no sol o segredo da vida, tendo Pa’i Kuará, o Pajé Ancestral, como a personificação do Sol. Esta será a maior alegoria do Bumbá na arena neste ano, tendo 23 metros de altura e 11 módulos.
Caprichoso
A terceira noite do boi Caprichoso tem como subtema “Saberes: o reflorestar das consciências”. Nesse último ato o boi vai destacar no domingo (30) a contribuições ancestrais e milenares daqueles que lutam pela Amazônia. É o momento em que o bumbá evoca as consciências ensinadas pelos povos originários que nos educam que nossa terra e espírito, assim como as ensinanças de antigos sacacas que curam as dores.
“Do cataclismo Macurap ao reflorestar da vida” é a lenda indígena da última noite, com alegoria do artista Alex Salvador, 33 anos, e a toada “Alagação”.
“Sacacas, curadores/as da floresta” é a Figura Típica Regional, com alegoria do artista Makoy Cardoso, 44 anos, e Nei Meireles, 46 anos. O/A sacaca é fundamental nas comunidades mais isoladas dos meios urbanos, possuidor de um saber próprio, o que lhe dá status de respeitabilidade entre o povo.
O momento alegórico “Crisálida da vida, o despertar da consciência”, assinado pelos artistas Nildo Costa e Zico Almeida, apresenta na arena um módulo é como o ninho da vida. Um casulo que vai romper e de onde nascerá a borboleta.
“Rito de cura da terra: awa guajá, o esperançar da floresta” é o ritual indígena que encerra o espetáculo “Cultura – O Triunfo do Povo”, cuja alegoria é assinada pelo artista Jucelino Ribeiro, 40 anos. Para os Awa Guajá, sem a caça, o mel e a água terrena, a vida fenece.
*Com informações acritica