O Spotify implementará no Brasil medidas para coibir conteúdo falso em programas veiculados na plataforma de streaming. Em nota à coluna, a empresa confirmou que as medidas que serão aplicadas nos Estados Unidos valerão para o Brasil. Entre elas estão a diminuição do alcance de infratores, o bloqueio à monetização e até remoção dos conteúdos que infringirem as regras do aplicativo.
A plataforma não informou quando as medidas entrarão em vigor, mas confirmou que o anúncio feito nos Estados Unidos nesta segunda-feira (18/4) se aplica ao Brasil.
No comunicado, a empresa disse que se preocupa em “achar o equilíbrio entre o respeito à expressão dos criadores e as preferências diversas do que nossos usuários querem ouvir, enquanto minimizamos o risco de danos offline”.
“Existe uma variedade de ações que podemos tomar, de acordo com nossa Plataforma de Regras, para cumprir com esse objetivo, incluindo a remoção de conteúdo, a restrição da descoberta do conteúdo, a restrição da possibilidade de o conteúdo ser monetizado, e/ou a aplicação de selos com alertas sobre os conteúdos”, prosseguiu o Spotify no texto americano.
“Quando o conteúdo chegar perto da linha, mas não ultrapassar o limite para ser removido, segundo a Plataforma de Regras, nós podemos tomar medidas para restringir e limitar o seu alcance”, concluiu o aplicativo.
A mudança nas regras do Spotify ocorre após boicotes enfrentados nos Estados Unidos. O cantor Neil Young exigiu a retirada de todo o seu catálogo da plataforma, em protesto contra a decisão do Spotify de manter no ar um podcast do apresentador Joe Rogan que continha ataques às vacinas contra a Covid-19. O programa permanece on-line.
Como mostrou a coluna, a plataforma de streaming mantém diversos podcasts de personalidades identificadas com o bolsonarismo que trazem mentiras sobre as vacinas. Em um dos programas, o infectologista Francisco Cardoso relativizou o Holocausto ao dizer que Israel criaria “guetos” para isolar os não vacinados.