Ao deixar prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não quis comentar sobre o início do julgamento da denúncia contra ele e afirmou que “só vai comentar depois que acabar”. A Primeira Turma da Suprema Corte deu início, nesta terça-feira (25), ao julgamento que pode tornar Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente acompanhou a sessão presencialmente ao lado de seus advogados. Ao fim da primeira parte da sessão, encerrada por volta das 12h30, Bolsonaro deixou o prédio do STF e se dirigiu para um almoço na região central de Brasília. O ex-mandatário deve retornar à Suprema Corte às 14h, quando os ministros retomam o julgamento.
A Primeira Turma do STF decidirá se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete acusados. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que participa da sessão, os oito indiciados formavam o chamado “núcleo crucial” do grupo de 34 denunciados.
Nesta terça, a defesa de Bolsonaro afirmou que as denúncias contra o ex-presidente não se sustentam se levar em consideração que ele próprio autorizou a transição de poder nas Forças Armadas ainda em dezembro, após as eleições de 2022.
“Enquanto a Polícia Federal fala em possivelmente, enquanto a denúncia traz conjecturas, como a impressão de documento no Palácio que teria tido conhecimento dele, o fato concreto é que o acusado de liderar uma organização criminosa para dar golpe socorreu o ministro da Defesa nomeado pelo presidente Lula que o comando militar não atendia”, disse o advogado Celso Vilardi durante a apresentação da defesa.
Além de Vilardi, os advogados dos outros sete indiciados pela PGR fizeram uma sustentação oral em defesa dos denunciados e pedindo pelo não prosseguimento da denúncia. Após apresentações das defesas, a Primeira Corte decide se aceita ou não a denúncia.
