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Show do Lula: o agonizante governo da mentira

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A vida imita a arte. Tudo aquilo que está na realidade social esteve antes na imaginação humana. Aristóteles, de certa maneira, já dizia isso em sua “Poética”, 330 anos antes de Cristo: “A Poesia encerra mais filosofia e elevação do que a História; aquela enuncia verdades gerais; esta relata fatos particulares”. 

Em minha última crônica, apontei semelhanças entre a situação atual do Brasil e a abertura de um livro publicado há 100 anos  “O Processo”, de Franz Kafka, um autor tcheco de origem judaica que escrevia em alemão. Hoje falarei de outra criação artística que, em vários aspectos, serve para explicar o abismo político e institucional em que nos metemos: trata-se do filme norte-americano “O Show de Truman” (The Truman Show), de 1998.

Há poucos dias, assisti ao “O Show de Truman” mais uma vez, com meu filho. Como meus sete leitores devem saber, o filme retrata a vida de Truman Burbank (interpretado por Jim Carrey), protagonista de um reality show transmitido ao vivo para o mundo inteiro. 

O único problema é que Truman não sabe que sua vida é um programa de TV, que todas as pessoas à sua volta são atores, que a cidade em que vive é um gigantesco cenário. Truman, cujo nome soa como “true man” (homem de verdade), vive mergulhado numa grande e lucrativa mentira. 

A situação de Truman me faz lembrar um sonho que o filósofo René Descartes teve em 1619, em que ele imaginou o mundo governado por um gênio maligno, um deus enganador empenhado em simular a realidade para uma única e solitária criatura: René Descartes. Esse pesadelo acabou inspirando o pensador francês em sua obra “Meditações Metafísicas”, na qual ele escreveu: 

“Suporei, pois, que há certo gênio maligno, não menos ardiloso e enganador do que poderoso, que empregou toda a sua indústria em me enganar. Pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e todas as coisas exteriores que vemos são apenas ilusões e enganos de que ele se serve para surpreender minha credulidade.” 

O grande perigo desse pensamento de Descartes é que ele pode nos levar à conclusão de que a realidade não existe ou que a criação é uma obra maligna (como acreditam os gnósticos). Confesso que a imagem do gênio maligno me perseguiu por vários anos, em minha longa noite de ateísmo, até o meu reencontro com o Deus verdadeiro e único.

Há alguns dias, o ativista americano Mike Benz, ex-diretor do Departamento de Estado no primeiro governo Trump, afirmou que o Brasil vive um “Show de Truman”. A exemplo do protagonista do filme, o povo brasileiro estaria, segundo ele, mergulhado numa grande mentira criada pelo sistema de poder. Como em toda superprodução, o Show de Truman brasileiro exige financiamento; e, graças ao trabalho do DOGE (o Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk), estamos começando a descobrir quem são esses financiadores.

O nosso Show de Truman é o Show do Lula. A diferença básica entre o filme americano e a realidade brasileira é que aqui as vítimas ludibriadas somos nós

Mas há outra distinção importante: Truman vive uma mentira, mas possui um amor natural pela verdade; Lula vive a mentira e transformou-a na sua própria natureza.

Na última semana, o sr. Pedro Vaca, da OEA, esteve reunido com vários participantes do Show de Lula: aqueles que descobriram a verdade e são perseguidos por isso; e aqueles que vivem da mentira e tentam de qualquer maneira preservá-la dos ataques insidiosos da vida real.

Estes últimos me lembram os atores que tentam convencer Truman de que a sua vida é ótima e não há nenhuma razão para duvidar disso. Quanto à USAID e às fundações internacionais, creio que estão bem representadas no filme pelos patrocinadores do reality show.

O Show do Lula é esse espetáculo deprimente que temos visto nos últimos anos, mas que nas últimas semanas ganhou ares de chanchada, com um governo agonizante sendo sufocado pelas suas próprias palavras. Se a comida estiver cara, não coma. Se a gasolina estiver cara, não abasteça. Se a água estiver cara, não tome banho. Se a luz estiver cara, fique no escuro. Estou só esperando o dia em que ele vai dizer: Se o imposto estiver caro, não pague. Mas, por alguma razão, acho que esse dia não vai chegar.

No filme de 1998, Truman começa a descobrir a verdade quando um objeto caído do céu quase o atinge na cabeça, espatifando-se no asfalto. Truman se aproxima, pega o objeto e repara que é um spot de luz. Sobre o equipamento, há uma etiqueta onde se lê: Sirius (9 Canis Major). Esse é o nome da estrela mais brilhante do céu noturno. A partir daí, Truman passa a desconfiar que está sendo enganado. 

Simbolicamente, as estrelas representam os valores mais altos do homem e a ordem espiritual do ser. A queda de Sirius, no filme, indica a ruína desses valores e, ao mesmo tempo, é o sinal de que existe algo que está acima da esfera mundana. 

Quando Truman resolve descobrir a verdade, ele enfrenta os seus próprios medos (sobretudo o medo de morrer afogado) e embarca em um veleiro chamado Santa Maria (o nome da Mãe de Deus). Assim, Truman será conduzido à sua libertação.

Precisamos seguir o exemplo de Truman se queremos acabar de vez com esse agonizante Show de Lula.

*Com informações gazetadopovo