O Plano de Contingência, elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), prevê aumento da capacidade de produção e armazenamento de oxigênio para enfrentamento de uma possível terceira onda da Covid-19. O estado está em fase de aquisição de 30 miniusinas e 2 mil cilindros de oxigênio. Esse planejamento foi apresentado durante Audiência Pública virtual, realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quinta-feira (29/04).
Em 2021, o Amazonas aumentou a capacidade instalada e de produção de oxigênio, de 33 mil metros cúbicos (m³) para 62 mil m³ por dia (m³/dia), sendo 36 mil m³ produzidos pela empresa White Martins, 18 mil m³ oriundos das 37 usinas em pleno funcionamento no estado, e mais 8 mil m³ da empresa Carboxgas. Além dessas fontes, o estado também conta com a empresa Nitron, que atua na importação de oxigênio para seus clientes.
A Nitron possui uma planta em Manaus com capacidade de produção diária de 3.700 m³, que está desativada, mas que tem previsão de entrar em operação até o fim de maio. A empresa abastece seus clientes através de uma carreta do tipo isotanque, com 15 mil m³ de oxigênio adquirido de uma empresa do Rio de Janeiro.
A meta da SES-AM é aumentar essa capacidade de produção para 80 mil m³/dia, segundo o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo. Durante a audiência ele pontuou todas as frentes de trabalho para alcançar essa meta.
O estado possui atualmente 37 usinas e miniusinas instaladas em Manaus e no interior, com previsão de relançar pregão para aquisição de mais 30 miniusinas para instalação no interior. O secretário explicou que o primeiro pregão fracassou devido ao alto valor pedido pelas empresas para o fornecimento dessas usinas.
Com a aquisição de mais 30 miniusinas, a capacidade de produção de oxigênio, por essa via, será de 30 mil m³/dia. O estado também já adquiriu seis miniusinas que aguardam a solução de entrega por parte do fornecedor.
Referente ao armazenamento, a White Martins, maior fornecedora de oxigênio para o estado, possui capacidade de armazenar 270 mil m³ de oxigênio. O planejamento da SES-AM é de ampliar a capacidade de armazenagem no interior, com a aquisição de 2 mil cilindros que, associados com o sistema booster para preenchimento do oxigênio produzido nas usinas do interior, vão aumentar o nível de armazenamento em caso de enfrentamento de uma terceira onda da Covid-19.
O secretário relatou, ainda, que o estado está buscando o diálogo com a Venezuela para acionar o país vizinho em caso de necessidade de aquisição de oxigênio.
“Já levamos o nosso Plano de Contingência para o Ministério da Saúde e também para o Ministério de Relações Exteriores, para nós abrirmos o canal de diálogo com a Venezuela em relação à possibilidade de trazer oxigênio”, relatou o secretário Marcellus.
Produção e consumo
A capacidade de produção diária de oxigênio hoje é bem maior que o consumo diário dos últimos dias no estado. A média diária de consumo está em 15,85 mil m³, com 12,2 mil m³ na rede pública e 3,5 mil m³ na rede privada. Desta média de consumo, 3,6 mil m³ estão sendo consumidos através de cilindros de oxigênio.
O consumo de oxigênio nos últimos sete dias, entre 22 a 28 de abril, não ultrapassou a marca de 17,1 mil m³/dia. Nos últimos 15 dias, o pico de consumo foi registrado no dia 20 de abril, com 18,9 mil m³, sendo também o dia com maior consumo desde o dia 28 de março.