Brasil – Preocupado com as denúncias do caos instalado no sistema de saúde do Amazonas, especialmente no Complexo Hospitalar 28 de Agosto e no Instituto da Mulher Dona Lindu, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) pediu que o Ministério da Saúde e o Ministério Público investiguem as reclamações de médicos e o despejo de profissionais do Pronto-Socorro do hospital. Há a previsão de que a oferta de leitos poderá ser reduzida em até um terço com a entrega da gestão à Organização Social (OS) Agir, empresa privada escolhida pelo governador Wilson Lima (União-AM).
Ao protestar contra a precarização da saúde no estado, o senador Plínio cobrou a rescisão do convênio com a OS Agir. A empresa goiana, segundo ele, já faliu hospitais em São Paulo e Goiás. Além disso, o governo do Amazonas estaria trazendo médicos de outros estados, como Goiás, para substituir os profissionais amazonenses demitidos.
O Hospital 28 de Agosto, o maior pronto-socorro da região, atende tanto a capital quanto o interior. Plínio Valério destacou que o hospital é um patrimônio do estado, assim como o Teatro Amazonas, e criticou duramente o governador Wilson Lima pela privatização desse patrimônio e pelo despejo de médicos que já atuavam no local, mesmo com salários atrasados.
“O governador Wilson Lima acaba de liberar R$ 30 milhões para essa empresa, enquanto nega, há três meses, o pagamento dos médicos. E o que aconteceu? Essa organização, por não conhecer o 28 de Agosto, dispensou os médicos. Ontem, os ortopedistas e cirurgiões foram despejados, obrigados a retirar seu material e sair da dependência do hospital. Isso vai impactar a população, e vidas serão perdidas”, protestou Plínio Valério.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Mario Vianna, alertou que “esta gestão constitui um risco para a saúde pública”, ressaltando que a OS Agir tem histórico de falência em outros estados. Segundo ele, “vai morrer gente na porta do 28 de Agosto”.
O senador chamou a situação do hospital de “trem descarrilhado” e alertou que faculdades de medicina também serão prejudicadas, pois perderão importantes campos de estágio.
“O caos está instalado no Amazonas, com a participação direta do governador do estado”, alertou o senador.
“Liberar R$ 30 milhões para uma empresa enquanto os médicos estão há três meses sem receber e sendo despejados é compactuar com o caos. O governador não tem pulso para gerir essa situação. É hora de apelar para o bom senso”, concluiu Plínio.
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