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Se Lula sangrar de novo, operação maior está no radar, afirma Kalil

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Contudo, o cardiologista disse que a situação do presidente está sob controle

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode enfrentar uma cirurgia mais invasiva, conhecida como craniotomia, caso novos episódios de sangramento cerebral sejam registrados. A possibilidade foi mencionada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, médico pessoal do petista há mais de 20 anos.

Apesar de o risco de recorrência ser mínimo, a intervenção, que exige a remoção de parte do osso do crânio para acessar as membranas que recobrem o cérebro, é considerada uma alternativa em cenários extremos.

Lula está em recuperação, depois de um cateterismo realizado nesta quinta-feira, 12, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O procedimento, conduzido pelo radiologista vascular José Guilherme Caldas, foi preventivo e obstruiu a artéria meníngea média, localizada na região afetada por um sangramento na última segunda-feira, 9.

Roberto Kalil Filho explica a condição de Lula

Segundo Kalil, o episódio atual teve início em 19 de outubro, quando Lula sofreu uma queda no Palácio da Alvorada. Na ocasião, bateu a parte de trás da cabeça. Apesar de os coágulos formados na ocasião terem se estabilizado, um novo sangramento foi detectado nesta semana, exigindo intervenção emergencial.

Na madrugada da terça-feira 10, Lula foi submetido a uma trepanação craniana, na qual dois pequenos furos foram feitos no crânio para drenar o sangue acumulado. Kalil detalhou as possibilidades caso novos problemas surjam:

“Se houver um novo sangramento, o que é raro, tem várias possibilidades dependendo do tamanho”, afirmou o médico. “Desde observação e nova trepanação até uma craniotomia. Essa última opção só seria necessária se as alternativas menos invasivas não fossem suficientes.”

Embora essa hipótese seja considerada remota, Kalil assegurou que o quadro do presidente está controlado.

O risco de novas cirurgias

Com 79 anos, Lula apresenta um quadro típico de envelhecimento cerebral, em que a redução do volume do órgão cria maior vulnerabilidade em áreas afetadas por sangramentos. Esse fator motivou os médicos a optarem pela embolização realizada nesta quinta-feira.

O procedimento introduziu, via cateter, uma substância semelhante à gelatina na artéria meníngea média, bloqueando possíveis novos vazamentos. O médico reforçou a eficácia da abordagem preventiva:

“Com o procedimento de hoje, o risco de um novo sangramento é inferior a 5%”, disse o médico. “A situação está sob controle.”

Recomendações médicas

Kalil recomendou repouso absoluto ao presidente até o fim de 2024, restringindo viagens e atividades que exijam esforço físico ou mental. A expectativa é que Lula esteja completamente recuperado em 15 dias.

“Poderá viajar para Brasília ou até para o Japão no próximo ano, como já está programado”, afirmou Kalil.

Apesar das boas perspectivas, o especialista destacou que o momento exige cautela e monitoramento contínuo.

Perspectivas e impacto político

A recuperação de Lula é acompanhada com atenção, dado o impacto de sua saúde na governabilidade e na rotina do Palácio do Planalto. A recomendação médica de descanso reflete a necessidade de preservar a estabilidade do presidente diante dos desafios de sua idade e da pressão inerente ao cargo.

Kalil reforçou que, no cenário atual, o presidente está bem e plenamente consciente. “Não houve comprometimento cerebral, o que é um alívio, mas a atenção médica seguirá rigorosa para evitar qualquer complicação futura”, disse.

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