O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), disse que o presidente Lula quer se vingar do agronegócio, em virtude do apoio do setor ao governo Bolsonaro. Além disso, Salles sugeriu que o Executivo é omisso quanto às invasões de terras que ocorreram durante o Abril Vermelho.
“Lula pregou que iria pacificar o Brasil, mas vimos tudo, menos isso”, disse Salles, em entrevista ao jornal O Globo, publicada neste sábado, 20. “A forma depreciativa que ele trata o agro, o apoio a invasões, a redução de financiamento do BNDES, dá o recado de que quer se vingar do setor pelo apoio dado ao ex-presidente Bolsonaro.”
Apesar das críticas, o parlamentar disse estar “de coração aberto” para ouvir a base governista, enquanto os trabalhas da CPI durarem. “Parte do MST tem experiências positivas e reivindicações legítimas”, observou o parlamentar, ao mencionar a existência de assentamentos feitos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária que tiveram êxito. “A comissão terá o intuito de separar o joio do trigo — pessoas com legítimo interesse em conseguir terras para produzir e criminosos usando o movimento para obter vantagem econômica indevida.”
A CPI do MST foi instalada na quarta-feira 17. Os cargos mais importantes foram ocupados pela oposição.
Veja os integrantes:
- Tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos-RS) será o presidente;
- Ricardo Salles (PL-SP), o relator;
- Kim Kataguiri (União-SP), 1º vice-presidente;
- Delegado Fabio Costa (PP-AL), 2º vice-presidente;
- Evair de Melo (PP-ES), 3º vice-presidente;
- Caroline de Toni (PL-SC);
- Capitão Alden (PL-BA);
- Delegado Éder Mauro (PL-PA);
- Domingos Sávio (PL-MG);
- Alfredo Gaspar (União-AL);
- Coronel Assis (União-MT);
- Coronel Ulysses (União-AC);
- Rafael Simões (União-MG);
- Ana Paula Leão (PP-MG);
- Messias Donato (Republicanos-ES);
- Charles Fernandes (PSD-BA);
- Lucas Redecker (PSDB-RS);
- Magda Mofatto (Patriotas-GO);
- Gleisi Hoffmann (PT-PR);
- Sâmia Bomfim (PSOL-SP);
- Padre João (PT-MG);
- Nilto Tatto (PT-SP);
- Valmir Assunção (PT-BA);
- Paulão (PT-AL);
- João Daniel (PT-SE);
- Dionilso Marcon (PT-RS);
- Camila Jara (PT-MS);
- Hercílio Coelho Diniz (MDB-MG);
- Marussa Boldrin (MDB-GO);
- Max Lemos (PDT-RJ).