O salário mínimo de 2022 possivelmente terá o maior reajuste já registrado na história. A nova previsão tem como base a projeção mais atualizada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para este ano, que passou de 8,4% para 10,04%.
O INCP é utilizado no cálculo da correção do piso nacional para evitar perdas no poder de compra dos brasileiros. O indexador mede a inflação acumulada para famílias que ganham até cinco salários mínimos.
Com a confirmação desse percentual, o salário mínimo sairia dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.210,44, um aumento significativo de R$ 110,44. O valor está bem acima da última proposta oficial divulgada pelo governo em agosto, de R$ 1.169.
O piso nacional atualmente é referência para 50 milhões de pessoas, sendo 24 milhões delas de beneficiárias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Ganho real
Todos os anos, o salário mínimo precisa ser corrigido para repor a inflação. Isso não ocorreu de forma integral em 2021, já que o governo aplicou reajuste de 5,26%, enquanto o INCP oficial ficou em 5,45%.
A medida visa evitar perda de poder de compra do trabalhador, mas não garante ganho real. Ou seja, o valor serve apenas para assegurar o acesso dos assalariados aos mesmos produtos e serviços que ele já consume, mas sem elevar seu poder de compra.
Segundo o governo, cada R$ 1 de reajuste no salário mínimo gera uma despesa extra de cerca de R$ 355 milhões. Com a correção de R$ 41,44 prevista para 2022, o gasto seria de aproximadamente R$ 14,71 bilhões.