A polícia do Rio Grande do Sul registrou furtos e assaltos a mão armada em bairros da capital atingidos pelas chuvas e enchentes. Segundo relatos, os assaltantes estão usando motos aquáticas e se aproveitam da escuridão da cidade, que teve o fornecimento de energia elétrica suspenso.
Nesse domingo (5/5), dois homens tentaram assaltar um barco de resgate que estava com desabrigados, em Canoas. Porém, dentro do barco havia dois policiais, que prenderam os assaltantes. As informações são da coluna True Crime, do jornalista Ulisses Campbell, de O Globo.
Um morador de Canoas contou para o portal que os bandidos aproveitam quando as pessoas saem das suas casas para levar itens de valor. O morador identificado como Charles da Silva Pacheco, de 37 anos, teve a casa inundada no sábado (4/5), quando a água atingiu três metros.
“Ficamos ilhados desde às 3h da madrugada. Minha esposa e meu bebê de seis meses foram resgatados às 13h. Vieram me buscar às 19h. Consegui levar dois cachorros. Tive de deixar dois gatos para trás. Preciso voltar para alimentar meus bichos e evitar que minha casa seja furtada”, disse Charles.
RS enfrenta enchentes, assaltos e oportunismo em “cenário de guerra” pic.twitter.com/IE6oUMPODV
— MenezesVirtual (@menezesvirtualx) May 6, 2024
Os voluntários que estão trabalhando para fazer o resgate na região de Canoas e São Leopoldo começaram a andar com espingardas para mostrar a possíveis assaltantes que estão armados.
Férias de policiais canceladas por causa das enchentes
A Brigada Militar do Rio Grande do Sul afirmou que dezenas de policiais tiveram suas férias canceladas e voltaram a trabalhar no fim de semana. Segundo o comandante-geral, o coronel Cláudio Feoli, o policiamento foi reforçado. “Mas nosso foco mesmo é salvar vidas, pois estamos trabalhando em um cenário de guerra”, ponderou o coronel.
Além das enchentes e roubos, os gaúchos ainda precisam lidar com o oportunismo daqueles que estão cobrando para fazer o resgate. A polícia recebeu denúncias que barqueiros estão cobrando R$ 500 para resgatar as vítimas, e, caso tenha animal doméstico, o preço sobe para R$ 700.
Um delegado da capital gaúcha afirmou que desde que o barco seja particular, esse tipo de serviço não é crime. Mas, aconselha que os desabrigados esperem pelo resgate voluntário e de embarcações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.