Ronaldo voltou a criticar o processo eleitoral da CBF, às vésperas da votação que deve confirmar o nome de Samir Xaud, presidente da Federação de Roraima, como novo mandatário da entidade. Em entrevista à Bandeirantes, o ex-jogador classificou como “palhaçada” o modelo atual.
“Enquanto o estatuto da CBF for esse em que o poder fica na mão dos 27 presidentes de federações, essa palhaçada vai continuar. É um momento terrível e o mais impressionante é que não vemos uma luz no fim do túnel”, disse.
As declarações foram dadas em Ímola, na Itália, onde o ex-jogador esteve como convidado da Ferrari no fim de semana do Grande Prêmio da Emilia-Romagna de Fórmula 1. Ele também lamentou a falta de perspectiva de mudanças reais no futebol brasileiro.
“Não há chance de reforma. Muda a página, mas o livro é o mesmo. Tudo farinha do mesmo saco”, completou.
Ronaldo chegou a considerar uma candidatura à presidência da CBF entre o fim de 2024 e o início de 2025. Segundo o próprio, as articulações foram encerradas em março após encontrar “23 portas fechadas” entre os presidentes das federações.
Empresário e dono do Valladolid, da Espanha, Ronaldo disse ainda não confiar em nenhum dos postulantes ao comando da CBF: “Isso não vai mudar. Vai maquiar um pouco o que está acontecendo. Mas daqui a pouco volta a mesma história, voltam os escândalos, volta a corrupção.”
A eleição está marcada para o próximo domingo, 25, por decisão de Fernando Sarney, interventor nomeado pela Justiça após o afastamento de Ednaldo Rodrigues. Único candidato registrado, Samir Xaud tem apoio de 25 das 27 federações estaduais e de 10 clubes das Séries A e B.
Com esse quórum, garantiu a candidatura única e inviabilizou o registro de chapa de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, que contava com apoio majoritário dos clubes, mas não das federações.
Como funciona a eleição da CBF?
Para registrar uma candidatura à presidência da CBF, a chapa precisa reunir ao menos oito apoios de federações estaduais e cinco de clubes das Séries A ou B. O processo é sigiloso e exige maioria simples para definir o vencedor.
O colégio eleitoral é formado por 67 votantes: as 27 federações estaduais, os 20 clubes da Série A e os 20 da Série B. Cada voto tem um peso diferente: as federações valem 3 votos, os clubes da Série A valem 2, e os da Série B, 1. A soma total é de 135 votos.