Sempre posicionado na segunda colocação nas pesquisas de intenções de votos para disputar à Prefeitura de Manaus, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), que informou nesta sexta-feira (29) que não será candidato em 2024, deixa órfã uma boa parcela de eleitores da capital amazonense. Com a decisão do parlamentar, a pergunta que surge no momento é: quem herdará esses votos?
De acordo com os números publicados por vários institutos de pesquisa, tanto o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (União), quanto o ex-candidato ao Senado Coronel Alfredo Menezes (PL) e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) têm chances de captar o eleitorado anti-David Almeida e ir para o segundo turno com o prefeito, que vai disputar a reeleição.
Pelo X (antigo Twitter), Cidade saiu na frente e parabenizou Amom pela decisão, exaltando a maturidade do jovem político e destacando que Amom sempre terá seu respeito. O movimento, obviamente, já é uma tentativa não só de cativar o eleitorado de Amom como o próprio deputado.
Tanto Alberto Neto quanto Coronel Menezes têm a seu favor o voto bolsonarista. Pesquisa da Perspectiva Opinião e Mercado publicada nesta sexta-feira (29) mostra que o ex-presidente tem quase 50% do eleitorado da capital e desses, 17,5% afirmam que votariam no candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PL). Resta saber a quem o ex-presidente irá declarar apoio.
Coincidentemente, tanto Roberto quanto Alberto são aliados do governador Wilson Lima (União). Este último, inclusive, afirmou em entrevista à Rádio Tiradentes na última semana que ambos fazem parte de seu grupo político e rechaçou, na última sexta-feira (29), uma suposta filiação de David Almeida no União Brasil.
Surpresa
Falando em David, certamente essa decisão de Amom pegou o prefeito e seus aliados de surpresa, avaliou o jornalista Thiago Botelho, na coluna Semmimimi.
“O autointitulado ‘Rei do Jogo’ sempre afirmou a pessoas próximas que gostaria de disputar o segundo turno contra Amom Mandel, uma vez que, na avaliação dele, seria mais fácil desconstruir um jovem político. Os movimentos confirmam um fim de ano atípico na política”,
avaliou Botelho.